segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Mato Grosso produzirá menos etanol




A produção de álcool hidratado para Mato Grosso deve ser 10,4% menor no ciclo atual. O volume esperado do combustível para o Estado na safra 2012/2013 é de 460,4 milhões de litros, frente aos 514,07 milhões de litros na safra 2011/2012.

Frente a essa redução no combustível usado pelos carros flex, o etanol anidro, que é utilizado na mistura com a gasolina, deve crescer 61,5% nessa safra, saindo de 329,5 milhões para 532,5 milhões. Os dados são da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgados nessa quinta-feira (09). O aumento no volume de etanol anidro ante a produção passada pode estar relacionado à expansão para 25% na mistura do produto à gasolina anunciada para 2013. Já a retração na produção do álcoolcombustível, pode estar relacionada à grande quantidade de litros que Estado mantinha em estoque no início deste ano, cerca de 80 milhões de litros.

Segundo a Conab, 76,8% da produção de cana-de-açúcar do Estado na safra atual tende a ser destinada ao etanol. Em volume, cerca de 3,732 milhões de t devem ir para o açúcar e 12,356 milhões de t para o álcool. Para o ciclo 2012/2013, a estimativa é de 16,088 milhões de toneladas colhidas em Mato Grosso. Esse número representa um aumento de 22,3% frente à produção 2011/2012, de 13,153 milhões de toneladas.

A área destinada à produção da cana também deve contabilizar um acréscimo de 6,9%. Este ano foram cerca de 235,4 mil hectares para a lavoura. Na safra 11/12 eram apenas 220 mil ha. A projeção para a produtividade também é de alta. No Estado a expectativa é de que 68,3 quilos estejam sendo colhidos por hectare, 14,3% mais do que na safra passada, quando 57,7 kg eram colhidos por hectare. De acordo com produtores, a melhor produtividade da lavoura se deve ao fato da cana ter sido plantada na janela ideal.


Destinação

O volume de 12,356 milhões de toneladas de cana destinadas ao etanol anidro e hidratado) no Estado é cerca de 20,9% maior que na safra 11/12 (10,212 milhões de t). Com isso quantidade total de 992,979 milhões de litros previstos, chega a ser 17,7% superior ao ciclo passado (843,611 milhões).

Do total de cana voltada à produção de etanol estadual, mais da metade 54,6% (6,757 milhões de t), será usada para produzir etanol anidro. Na safra 11/12 menos da metade foi direcionada a esse tipo de combustível, atingindo na época 4,093 milhões de toneladas. O restante, que equivale a 5,598 milhões de t, será para a fabricação do álcool hidratado. A quantidade é 8,5% menor do que em 2011, quando 6,119 milhões de toneladas foram utilizadas para a fabricação do combustível.


Açúcar

O volume de cana destinada à produção do açúcar tende a ser maior no ciclo 2012/2013 em Mato Grosso, alcançando 3,7 milhões de toneladas, alta de 26,9% na comparação com a safra 11/12, de 2,9 milhões de t. O resultado desses números será cerca de 494,7 mil toneladas de açúcar nessa safra. Total 24,2% maior do que na safra anterior (398,2 mil toneladas), conforme a Conab.


Estado figura em último no ranking do Centro-Oeste

Mato Grosso continua a ser o menor produtor de cana-de-açúcar no Centro-Oeste. O Estado, com a produção estimada em 16,088 milhões de toneladas, aparece em último lugar no ranking da região. Em primeiro vem Goiás, com 52,471 milhões de t, seguido por Mato Grosso do Sul com 38,564 milhões (t). Mato Grosso há alguns anos segue em última posição devido ao fraco desempenho no plantio da canafrente aos Estados vizinhos.

Segundo o produtor e também vice-presidente Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Normando Corral, a restrição ambiental é a principal responsável por estagnar a produção de cana-de-açúcar no Estado.

O "culpado" em questão, na visão de Corral, é o Zoneamento da Cana que, para o setor, não tem embasamento científico. "O crescimento registrado nos últimos anos vem do esforço do próprio produtor em reformar as áreas
ocupadas e a chuva que tem colaborado", explica. Devido ao Zoneamento, Mato Grosso, que está localizado em meio aos biomas do cerrado, região amazônica e pantaneira, teve mais da metade de suas áreas proibidas para o plantio da cultura.

Ele explica que enquanto Mato Grosso do Sul e Goiás avançaram 300% a produção em 10 anos, as lavouras mato-grossenses cresceram apenas 8% no mesmo período. "Sofremos discriminação. As questões ambientais estão impedindo o desenvolvimento da atividade", afirmou o vice-presidente da Famato. "Dessa forma fica inevitável as comparações com os demais regiões produtoras do Centro- Oeste", pontua.

Para Corral, o governo precisa apresentar soluções ao setor, uma vez que o Estado tem importância para a atividade. "Com o aumento do consumo do etanol teremos que ampliar a produção. É por isso que o potencial mato-grossense não pode ser ignorado como tem sido feito".

Fonte: AgroNotícias

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