quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Mandado sobre etanol nos EUA tem que ser "abordado", diz Cargill




O presidente executivo da Cargill , gigante global do agribusiness, disse nesta terça-feira que a determinação do governo norte-americano sobre o uso de mais de um terço da safra de milho para a produção de etanol "precisa ser abordada", uma vez que a queda na produção agrícola gerou um peso "desproporcional" sobre as empresas de carnes e para os consumidores.

Gregory Page disse para a CNBC que "existe uma metodologia para reduzir a quantidade de biocombustível" através de uma combinação de agências e controles.

Page citou exemplo do Brasil, que utiliza por longa data o etanol à base de cana-de-açúcar, ajustando a mistura na gasolina quando há um problema de safra.

A pior seca nos Estados Unidos em mais de meio século reduziu a safra de milho em até um quarto em relação às previsões iniciais, e renovou o debate sobre uma política federal para usar milho na produção de combustível.

Page disse que a Cargill espera que a produção mundial de milho caia para cerca de 3 a 4 por cento abaixo da linha de tendência normal, forçando os consumidores a reduzir o consumo.

"Se tudo isso (racionamento da demanda) for somente por parte do setor de pecuário e avícola e dos consumidores, o peso fica realmente desproporcional. O que nós estamos vendo é uma queda de 3 a 4 por cento no fornecimento, que levou a uma alta de 40 a 50 por cento de alta nos preços, e eu acho que os mandados são o que fazem os preços serem tão elásticos assim, que eu acho que precisam ser abordados", ele disse durante entrevista no canal de negócios.

"Existem mecanismos em vigor para a combinação de agências, existe algum controle. Há uma metodologia para reduzir a quantidade de biocombustíveis que é obrigatória nos EUA", ele disse.

Na segunda-feira, grupos norte-americanos do setor pecuário apelaram para a Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) para conter ou suspender o mandado que requer uma mistura de 9 por cento de etanol na gasolina do Estados Unidos.

Jonathan Leff
Fonte: Reuters

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