terça-feira, 21 de agosto de 2012
Laranja e cana derrubam a produção paulista
A renda do produtor agrícola poderá ter a primeira queda após cinco anos seguidos de alta. O VBP (Valor Básico da Produção) deste ano, considerando 18 dos principais produtos agrícolas, recua para R$ 221 bilhões.
Os dados são da AGE (Assessoria de Planejamento Estratégico) do Ministério da Agricultura e, se confirmados, terão queda de 0,9% em relação aos de 2011.
O campo vive um momento de contradições. Enquanto algumas culturas trazem bons lucros para os produtores, outras levam os agricultores a viver momentos de dificuldades.
Esse cenário pode ser projetado para os Estados. Os que têm a lavoura baseada em soja e milho, como Mato Grosso, vivem uma fase de crescimento.
Já os que não têm a produção de grãos como atividade agrícola principal, como São Paulo, vão ter forte redução na valor da produção.
Paulistas e gaúchos são os que, entre os que têm maior expressão no agronegócio, estão registrando as principais quedas de produção.
No caso de São Paulo, as perdas atingem a produção de laranja, de cana-de-açúcar e de café. Já no Rio Grande do Sul, a redução de renda se deve à quebra de safra, provocada pela seca.
Os números elucidam essa contradição do campo. O valor de produção da soja, após a quebra de safra nos Estados Unidos e a consequente elevação dos preços, deverá atingir o recorde de R$ 62,1 bilhões neste ano.
Já a cana-de-açúcar, principal item de produção dos paulistas, terá o valor básico nacional reduzido para R$ 39,5 bilhões. Em 2011, o valor da soja superava em 37% o da cana. Neste ano, a diferença sobe para 57%.
A renda do produtor ainda poderá se igualar ao recorde do ano passado, mas essa evolução vai depender mais dos preços dos produtos neste segundo semestre do que do volume produzido. Este praticamente está definido.
Milho
A quebra de 100 milhões de toneladas na safra dos Estados Unidos está segurando os preços internos no Brasil. O país se tornou alvo dos importadores.
Bom volume
No ritmo atual de exportações, o volume que sairá do país ficará próximo de 2 milhões de toneladas neste mês. Nos 13 primeiros dias úteis, já saiu 1,2 milhão de toneladas, no valor médio de US$ 255 cada uma, segundo a Secex.
Mauro Zafalon
Fonte: Folha de S. Paulo
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