quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Índia avalia taxa de exportação de açúcar




A Índia está considerando impor uma taxa sobre as exportações de açúcar e também avalia zerar a tarifa de 10 por cento de importação, a fim de ajudar a reduzir as vendas no exterior e manter sob controle os preços internos, em meio a uma seca que ameaça a produção agrícola, disseram fontes do governo nesta terça-feira.

O governo também planeja liberar uma quantidade extra de 500 mil toneladas de açúcar em agosto para reforçar o fornecimento nos mercados locais, onde os preços têm aumentado. A cada mês, o governo decide a quantidade de açúcar que as usinas estão autorizadas a vender no mercado aberto.

No mês passado, o governo colocou uma taxa de 10 por cento na importação do açúcar.

"Nós estamos planejando medidas como essas a fim de manter os preços sobre controle. Nós não estamos confortáveis com o aumento nos preços que, na minha opinião, não estão em uma média confortável", disse uma das fontes.

O contrato referencial do açúcar indiano teve alta de mais de 22 por cento desde janeiro. Na sexta-feira, os futuros do açúcar atingiram uma nova alta para o contrato pela terceira sessão seguida.

Os futuros do açúcar também têm estado voláteis, atraindo atenção da Comissão de Mercados Futuros, que policia o mercado de derivados.

A Índia, maior consumidor mundial da commodity, e segundo maior produtor, depois do Brasil, está sofrendo sua primeira seca em três anos. A produção de açúcar deve cair no principal estado produtor, Maharashtra, na temporada 2012/13.

Mas, por uma maior plantação de outros Estados produtores, a Índia ainda terá excedente no próximo ano.

Uma forte produção e preços locais mais baixos haviam encorajado a Índia a liberar as exportações de açúcar em maio. Antes de suspender limites, o governo já havia permitido que 2 milhões de toneladas fossem exportadas para o ano até 30 de setembro para ajudar as usinas a diminuir estoques volumosos.

Desde então, as usinas registraram exportações de 1,4 milhões de toneladas, com 850 mil toneladas já tendo sido enviadas.

"Desde o início, nós não estamos confortáveis com a ideia de liberar mais de 4 milhões de toneladas a deixarem o país no ano de 2011/12. Esse é uma espécie de limite informal para nós", disse uma segunda fonte.

Usinas de açúcar devem produzir 25,9 milhões de toneladas de açúcar na temporada atual até setembro, e algumas fábricas ainda estão esmagando cana, disseram fontes.

Para os 12 meses desde outubro, espera-se que as usinas produzam 25 milhões de toneladas, cerca de 4 milhões de toneladas a mais do que a demanda anual do país.

"Nós não somos a favor de proibir as exportações no momento, com a produção da nova temporada começando a entrar de outubro a setembro, e nós só precisamos garantir que os preços domésticos continuarão em níveis confortáveis até lá", afirmou a primeira fonte.

"A queda dos preços globais também é um indicativo de que as exportações não serão rápidas agora", ele disse.

Na terça-feira, o contrato referência de Nova York caiu para perto da mínima de cinco semanas, pressionado pela colheita no Brasil, importante produtor.

Mayank Bhardwaj
Fonte: Reuters

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