segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Etanol: deputados dos EUA pedem flexibilização da mistura




Mais de cem deputados dos Estados Unidos estão pedindo que o governo seja menos rigoroso com a necessidade de misturar etanol à gasolina, num esforço para reduzir a demanda por milho e baixar os preços do grão. O milho é a principal matéria-prima para o etanol no país e sua forte valorização nos últimos dois meses vem pressionando criadores de animais que o utilizam como ração. O Padrão de Combustíveis Renováveis (RFS) exige que 15,2 bilhões de galões de etanol(57,53 bilhões de litros) sejam misturados à gasolina neste ano.

Em carta à Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês), legisladores afirmaram que "os preços do milho subiram fortemente durante as últimas semanas e provavelmente permanecerão em máximas recorde". Segundo eles, "isso significa, literalmente, um aumento de bilhões de dólares nos custos da pecuária, da avicultura e da produção de alimentos". Um assessor declarou que a carta vai ser enviada em breve à EPA.

Pelo menos parte do aumento dos preços deve ser repassada para os processadores de carnes e, eventualmente, para consumidores no varejo. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, por sua sigla em inglês) prevê que os preços de todos os alimentos vão subir de 3% a 4% no próximo ano, por causa da seca que atinge a maior parte do país.

A carta dos deputados vem à tona depois de um pedido apresentado nesta semana à EPA por representantes da pecuária, pedindo que a agência suspenda por um ano a obrigação de misturaretanol à gasolina. Conforme a Lei do Ar Limpo, a EPA tem autoridade para suspender temporariamente ou amenizar as normas federais para produção de etanol do RFS. O Conselho Nacional de Suínos afirmou que o setor de carnes ainda não recebeu nenhuma resposta.

A agência, que em 2008 negou um pedido do governador do Texas Rick Perry para reduzir a mistura de etanol na gasolina, afirmou que só vai afrouxar as regras se o modelo atual se mostrar muito prejudicial à economia de um Estado, região ou do país.

Já o setor de etanol defende que a indústria não pode ser condenada pelos problemas causados pela seca e avalia que haverá milho suficiente para todos. "É um resultado da natureza, e não doetanol", comentou o executivo-chefe do grupo de lobby Growth Energy, Tom Buis. Mais de um terço do milho produzido nos Estados Unidos é destinado à produção de etanol. As informações são da Dow Jones.


Fonte: Agência Estado

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