quarta-feira, 22 de agosto de 2012
Brasil já importa 11% do combustível que usa
Pelo menos 11% do combustível consumido pelo Brasil já vem de fora, considerando gasolina e etanol.
Até julho, as compras externas de gasolina somaram 2,13 bilhões de litros, praticamente o mesmo volume importado durante todo o ano passado, que atingiu 2,18 bilhões de litros.
Os gastos somaram US$ 1,71 bilhão, acima do US$ 1,64 bilhão de janeiro a dezembro de 2011. As importações de etanol atingiram 501 milhões de litros no ano, com gastos de US$ 349 milhões até julho.
O Brasil consome 774 mil barris de combustível (gasolina e etanol) por dia e importa 84 mil barris.
Além de importar bem mais neste ano, o produto que chega ao mercado brasileiro vem com preços mais elevados. A gasolina custa R$ 1,60 por litro, enquanto o álcool anidro, sem impostos, foi negociado a R$ 1,23 na segunda semana deste mês no mercado interno.
O valor do álcool anidro praticado no mercado interno é inferior aos preços da gasolina e do etanolnos Estados Unidos.
Esse novo cenário no mercado de combustíveis é resultado de uma política de preços equivocada e falta de um planejamento de médio e longo prazos, diz Plinio Nastari, presidente da Datagro Consultoria.
A política atual inibe reajustes de preços para os combustíveis e estimula o consumo. Essa situação se soma a um momento de quebra na safra de cana-de-açúcar e da ausência de investimentos em refino de gasolina.
Isso obriga as usinas a trabalhar sem margem de ganho e a Petrobras a importar mais gasolina para substituir etanol, desequilibrando as contas da estatal.
Momento errado 1
A redução de 25% para 20% na mistura de etanol anidro à gasolina, em outubro de 2011, ocorreu na hora errada. Produtores e importadores tinham se programado para uma safra com 25% de mistura.
Momento errado 2
Agora também não é momento para discussão sobre o retorno dos 25%, que deve ser feito com planejamento e com garantia de combustível para abastecimento. O ideal seria o governo fazer uma programação de retorno no início da próxima safra, segundo Plinio Nastari.
Mauro Zafalon
Fonte: Folha de S. Paulo
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