sexta-feira, 13 de julho de 2012
Há falta de açúcar na Europa
Um grupo de trabalho, composto por eurodeputados de diferentes estados-membros, foi constituído com o objetivo de encontrar, juntamente com o comissário europeu da Agricultura, uma solução imediata para a falta de matéria-prima da indústria refinadora de açúcar da Europa.
Em junho, o risco de colapso da indústria refinadora de açúcar da Europa, por falta de matéria-prima, levou a que 62 eurodeputados de 11 países escrevessem à Comissão Europeia pedindo alteração de normas, estando em Portugal 600 postos de trabalho em causa.
A eurodeputada do PSD Maria do Céu Patrão Neves revelou que esta semana decorreu uma reunião em Bruxelas, entre mais de 40 dos eurodeputados que subscreveram a carta e o comissário europeu da Agricultura, Dacian Ciolo%F.
«Sugeri que constituíssemos uma task force para que um grupo de deputados trabalhe junto do comissário, junto do gabinete do comissário para conseguir encontrar uma solução que satisfizesse as refinadoras e que prevenisse o aumento do desemprego, que é realmente o que está no horizonte se as refinadoras não tiverem matéria-prima suficiente para laborar», disse, neste sábado, à Lusa, acrescentando que esta ideia foi aceite pelos eurodeputados e pelo comissário.
Segundo Maria do Céu Patrão Neves, «o comissário começou por desvalorizar a questão, dizendo que seria apenas um problema de algumas refinadoras e sobretudo uma questão de concorrência entre as refinadoras, o que obviamente cairia fora do seu pelouro e assim tentou fugir à questão».
«Depois tentou atirá-la para mais longe e disse que a questão do açúcar poderia e deveria ser tratada, segundo ele, na organização comum dos mercados, que é um dossier que está neste momento a ser trabalhado no Parlamento Europeu no âmbito da reforma da política agrícola comum (PAC)», relatou.
De acordo com a eurodeputada do PSD, o referido «documento só entrará em efetividade daqui a um ano e meio» e as refinadoras não podem esperar esse tempo, adiantando que o objetivo do grupo de trabalho - que será constituído por cerca de 10 eurodeputados - é «encontrar uma solução imediata e transitória até um novo regime para o setor que virá efetivamente a ser criado com a organização comum dos mercados, já no âmbito da próxima PAC».
Maria do Céu Patrão Neves alerta que «não houve melhoria» em relação à disponibilidade de matéria-prima e que os indicadores existentes são «de um agravamento porque os países ACP que seriam supostamente os fornecedores das refinarias não estão a produzir em quantidade suficiente».
Entre os mais de 40 eurodeputados presentes na reunião, estavam sete portugueses, cinco do PSD (Paulo Rangel, Maria do Céu Patrão Neves, José Manuel Fernandes, Regina Bastos, Nuno Teixeira) e dois do PS (Capoulas Santos e Luís Paulo Alves).
Segundo a eurodeputada, o grupo de trabalho será preparado «ainda durante o mês de julho, mas uma primeira reunião muito provavelmente apenas em setembro, uma vez que a interrupção para férias está iminente.
Fonte: Agência Financeira
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