segunda-feira, 4 de junho de 2012

Cepea apresentou perspectivas para a safra 2012/13 e custos de produção



A safra de citros que começa oficialmente em julho pode ser uma das mais difíceis dos últimos anos para os produtores, segundo avaliação de pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. A expectativa é que a produção seja menor que a da safra anterior, mas ainda poderá ser elevada; volumosa também em comparação à demanda externa atual pelo suco de laranja. Com isso, a indústria tem se mantido parcimoniosa quanto à abertura de preços de compra. Por conseqüência, a maioria dos citricultores paulistas que estava sem contratos para a safra 2012/13, conforme levantamentos do Cepea, ainda não tem condições de estimar quanto será sua receita neste ano.

Não bastassem as incertezas de preço e mesmo de demanda por toda a produção, os custos têm aumentado ano a ano. Conforme pesquisas do Cepea, o encarecimento da produção decorre especialmente dos maiores gastos com mão de obra e com inseticidas/fungicidas manejo fitossanitário. “Dependendo da produtividade e do valor de venda negociado, a rentabilidade da citricultura pode ter sido negativa em várias safras ao longo dos últimos 11 anos”, comenta a pesquisadora Margarete Boteon.

Esse contexto da citricultura foi discutido em duas palestras da equipe da pesquisadora Margarete na quinta-feira, na Semana de Citricultura. Uma delas, dividida com a também pesquisadora Larissa Pagliuca, enfoca os custos de produção, sendo abordados os “Desafios da gestão sustentável na citricultura paulista”. A outra, em parceria com a pesquisadora Mayra Vianna, trata propriamente das “Perspectivas da citricultura paulista na safra 2012-2013”. A primeira começa às 9h e a segunda, às 11h, no Centro de Citricultura Sylvio Moreira, em Cordeirópolis (SP).

Ao tratar da sustentabilidade da citricultura, as pesquisadoras Margarete Boteon e Larissa Pagliuca partem do conceito desenvolvido pelo Cepea de custo total que envolve, além dos insumos, mão de obra, pró-labore do produtor e depreciação dos equipamentos e instalações, também o custo de oportunidade de todo o capital investido. Sem avaliar todas essas variáveis, destaca Margarete, “o citricultor pode estar depreciando seu patrimônio sem, muitas vezes, se dar conta disto, inviabilizando sua permanência no setor.”

Para ilustrar essa análise, a equipe Cepea acompanha há quatro anos o custo de produção de algumas propriedades localizadas em distintas regiões de São Paulo. As planilhas com os custos detalhados de três fazendas nas safras 2010/11 e 2011/12 estão apresentadas na edição de maio da revista Hortifruti Brasil, do Cepea: http://cepea.esalq.usp.br/hfbrasil/edicoes/112/full.pdf. Essas fazendas, alerta a pesquisadora Margarete, podem não representar o custo de produção médio da citricultura paulista, mas servem de parâmetro para que outros produtores adaptem a metodologia e avaliem a rentabilidade da cultura da laranja sob o enfoque da sustentabilidade econômica adotada pelo Cepea.




Fonte: Agrolink

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