quinta-feira, 21 de junho de 2012
Aumenta expectativa de reajuste de preços da Petrobras ainda em junho
As declarações recentes da presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, e do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, reforçaram a expectativa do mercado de que um reajuste da gasolina e do diesel deve vir em breve. Entre os analistas, a previsão é que o aumento %4 que, potencialmente, traria alívio aos resultados e reforçaria a geração de caixa da companhia %4 possa vir até o fim de mês.
Reagindo a essa previsão, as ações da Petrobras registram as maiores altas do Ibovespa no pregão de hoje. Às 16h20, os papéis ordinários (com direito a voto) subiam 6,05%, para R$ 20,68, enquanto os preferenciais (sem direito a voto) tinham alta de 5,39%, para R$ 19,92. No mesmo horário, o índice de referência da bolsa subia 2,33%, para 57.508 pontos.
"Dado que o plano foi aprovado pelo conselho de administração da empresa, do qual fazem parte diversos membros relevantes do governo, é razoável admitir que eles esperem que o repasse aconteça em breve", afirmaram os analistas da corretora Ativa em relatório divulgado hoje aos clientes.
Eric Hood, da SLW Corretora, espera que o reajuste ocorra até o fim do mês. "Assim, a empresa já iniciaria o semestre com a defasagem [em relação aos preços internacionais do petróleo] zerada e mais bem preparada para tocar os investimentos", afirmou o analista.
Segundo ele, para zerar a defasagem sobre os preços internacionais, a Petrobras precisaria de um aumento de cerca 15% nos preços da gasolina. A variação pode ser menor para o consumidor final, já que o governo pode "calibrar" o preço por meio da Cide, contribuição que incide sobre os combustíveis.
No fim do mês, vence a redução da alíquota dessa contribuição, aprovada em outubro pelo governo, quando a Petrobras anunciou o último reajuste de combustíveis. Na avaliação do Itaú BBA, essa seria uma boa oportunidade para que o governo emplacasse o novo reajuste e prorrogasse a redução da Cide.
A expectativa do banco é que o governo aumente em 8% o preço da gasolina e em 4% o preço do diesel na bomba a partir de 1º de julho, afirmaram Paula Kovarsky e Diego Mendes em relatório. Os analistas do Itaú ponderam, no entanto, que é possível que o governo adie a decisão, dada a redução recente dos preços do petróleo no mercado internacional, que diminuiria a defasagem entre os preços praticados no mercado interno.
Na manhã de hoje, durante palestra na Rio +20, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que o governo estuda o reajuste do preço da gasolina e que terá uma conclusão sobre o assunto em "algum tempo". Na última sexta-feira, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, já havia sido enfática ao afirmar que o reajuste do preço dos combustíveis era necessário para viabilizar o plano de negócios 2012-2016 divulgado pela empresa na sexta-feira.
Natalia Viri
Fonte: Valor Online
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