quinta-feira, 3 de maio de 2012
Etanol está 13,9% mais barato na região do ABCD
Ao encostar o carro em um posto de combustíveis do ABCD, o motorista paga menos por litro do que em abril do ano passado. Principalmente no caso do etanol. É o que aponta a pesquisa semanal de preços dos combustíveis realizada pela ANP (Agência Nacional do Petróleo).
De acordo com o levantamento, o motorista que abastece o tanque hoje com o combustível vegetal paga por litro cerca de 13,9% a menos que em abril de 2011. Entre os dias 15 e 21 de abril, o álcoolcombustível era comercializado na região a R$ 1,86. Valor bem menor que os R$ 2,16 do ano passado.
No caso da gasolina, essa diferença é menor, mas também existe: 2,30%. Cotada a R$ 2,62, há um ano o derivado do petróleo era vendido ao preço médio de R$ 2,68 o litro.
Não vale
Mas apesar da queda nos preços na comparação com 2011, abastecer um carro flex com gasolina ainda é um melhor negócio. Das seis cidades da região cobertas pelo levantamento, apenas em uma (Ribeirão Pires), o álcool é vantajoso. Mas mesmo na cidade, esse resultado positivo pode ser creditado justamente ao fato de os postos da cidade comercializarem o litro da gasolina mais caro do ABCD.
Em todos os outros municípios, o valor do etanol corresponde a mais de 70% do preço da gasolina, o que torna desvantajoso o uso do derivado da cana. O pior resultado para o etanol foi em São Caetano, onde o preço por litro do combustível vegetal equivale a 71,65% da gasolina.
São Bernardo ficou com a segunda colocação. Comercializado a R$ 1,87, o etanol na cidade custa o equivalente a 71,56% do derivado do petróleo.
Diadema é a terceira do ABCD em que menos compensa usar o etanol: R$ 1,83 ante os R$ 2,56 da gasolina.
Altas e baixas
Já na comparação com o mês passado, o litro do etanol está 0,38% mais barato.
O mesmo aconteceu com a gasolina, embora com reajuste menor. Está 1,28% mais em conta que para o motorista do que no terceiro mês do ano.
O etanol baixou de preço em Diadema, Santo André e Mauá, cidade onde houve a maior queda no valor do combustível: 2,92%.
No caso da gasolina, o litro do derivado da cana ficou praticamente estável nos últimos 30 dias, mas quedas foram registradas em Diadema, Ribeirão Pires, Santo André e Mauá. E foi na cidade a maior redução nos preços do derivado do petróleo: 3,04%.
Cidade x cidade
Na comparação por cidades, Diadema é o município com a gasolina mais barata da região: R$ 2,56. A segunda colocação ficou com Santo André e Mauá, onde o derivado do petróleo é comercializado a R$ 2,58.
Já Ribeirão Pires é o município com a gasolina mais cara do ABCD: R$ 2,75. No etanol, empate de Diadema, Mauá e Santo André, onde o preço médio do combustível é de R$ 1,83. O álcool combustível mais caro está em São Caetano: R$ 1,90.
Nos últimos 30 dias, preço do etanol caiu 0,38% nos postos da região Reajuste da gasolina no período foi maior. Preço do combustível baixou 1,28%
Fiscalização cassou 23 licenças de funcionamento em postos da região
No ano passado, a secretaria da Fazenda do estado fechou 23 postos de combustíveis na região. Desse total, nove foram interditados em Diadema, cinco em São Bernardo, cinco em Santo André, um em São Caetano, dois em Mauá e um em Ribeirão Pires.
Mais barato em 2012
Desde janeiro, tanto o etanol quanto a gasolina acumulam quedas nos preços; São 0,29% no caso do derivado do petróleo e 1,50% para o álcool combustível.
Quantos postos são pesquisados
O levantamento da ANP é realizado em 18 mil postos de combustíveis em 555 municípios de todo o País; só na região do ABCD são mais de mais de 100 estabelecimentos.
Aumento na produção e queda na exportação
Economista explica motivos para os preços mais baixos do etanol; produção do álcool combustível será 11,14% maior que na última safra
Segundo o professor de economia da Universidade Metodista de São Paulo, Sandro Maskio, uma explicação para esses preços mais baixos do etanol em 2012 é o crescimento na oferta do álcoolcombustível no mercado interno. "Nos anos anteriores, havia um mercado bem atrativo para a exportação. Os usineiros preferiam produzir o açúcar ao etanol. Neste ano, houve uma melhoria na capacidade produtiva, que combinada a piora no cenário externo contribuiu para o aumento da produção do combustível para o mercado interno", destacou.
Informação que é confirmada pela Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar). No mês passado, a entidade informou que a expectativa é de que a safra 2012/2013 de cana seja 3,19% maior que na 2011/2012, quando foram processadas 493,26 milhões de toneladas do produto.
Um dos fatores determinantes foi justamente o crescimento da área cultivada. De acordo com a Unica, a expectativa é de um crescimento de 3% na área de plantio de cana, o que deve ocorrer em Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais.
Desse total de cana cortada, cerca de 51,25% será utilizada para a produção do álcool combustível.
A estimativa é que a produção total de etanol seja de 21,49 bilhões de litros. São 4,58% a mais do na última safra, quando foram produzidos 20,55 bilhões de litros do combustível.
Desse total, 14,54 bilhões serão de etanol hidratado - utilizado no abastecimento dos carros àálcool -, ou 11,14% a mais que na safra anterior.
No caso do etanol anidro - utilizado na produção de gasolina - a produção deverá sofrer uma queda de 6,91% na produção. A explicação para isso é que no ano passado, a gasolina tinha uma concentração de 25% de álcool anidro. Atualmente essa concentração é de 20%.
Diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, ressaltou que a frota de veículos e motocicletas, em conjunto, deverá apresentar um crescimento de pouco mais de 7% na próxima safra, valor inferior ao aumento previsto na produção de etanol hidratado. "Deveremos observar, ainda que de forma tímida, um aumento no uso de etanol hidratado nos veículos flex na safra 2012/2013", concluiu.
Em relação às exportações o volume de exportação de etanol deverá cair 8,11% na próxima safra, atingindo a marca de 1,70 bilhão de litros.
A Unica é a entidade que representa das principais unidades produtoras de açúcar, álcoolcombustível e bioeletricidade da região Centro-Sul do Brasil, principalmente do Estado de São Paulo.
As usinas associadas à entidade são responsáveis por mais de 50% da produção nacional de cana e 60% da produção de etanol.
Maior Oferta
"Neste ano, houve uma melhoria na capacidade produtiva, que foi combinada a piora no cenário externo", Sandro Maskio, professor de economia da Universidade Metodista
Evandro Enoshita
Fonte: Rede Bom Dia
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