terça-feira, 15 de maio de 2012

Bovespa cai 2,26% e já acumula perdas no ano; dólar bate os R$ 2



O pessimismo com a Grécia mais uma vez contaminou os negócios na Bovespa e fez seu principal índice registrar a sexta queda seguida nesta terça-feira, revertendo os ganhos que acumulava no ano, pressionado pelo tombo dos papéis de OGX e de construtoras.

O Ibovespa encerrou o pregão em queda de 2,26%, a 56.237 pontos, menor patamar desde 19 de dezembro. Com isso, o índice reverteu os ganhos que acumulava no ano e agora registra queda de 0,9% em 2012. O giro financeiro do pregão foi de R$ 7,93 bilhões.

O dólar comercial marca novo pregão de alta ante o real ao subir 0,6% e fecha a R$ 2,002, maior preço desde o começo de julho de 2009. No mês, o preço da moeda americana sobe 4,98% e em 2012 a valorização é de 7,12%.

"Vimos hoje uma debandada, houve venda generalizada de ações, nitidamente com estrangeiros saindo de bolsa e buscando ativos mais seguros", disse Henrique Kleine, analista-chefe na corretora Magliano.

Após várias tentativas fracassadas para formar um governo de coalizão, a Grécia informou que vai realizar novas eleições, que devem ocorrer até meados de junho.

Pesquisas de intenção de voto apontam para o partido radical de esquerda Syriza, que rejeita o pacote de resgate da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI), como provável vencedor do novo pleito.

"Mais do que a possibilidade da Grécia sair da zona do euro, o que seria ruim, a preocupação do mercado também é com um possível contágio para Espanha", afirmou William Alves, analista na XP Investimentos. "Com receio de um cenário que está se deteriorando, o mercado está vendendo ativos de risco."

O mau humor com a Grécia ofuscou a tentativa de recuperação esboçada pelos mercados no começo do dia, amparados na notícia de que a zona do euro conseguiu escapar de uma recessão, e em dados nos Estados Unidos, que apontaram para um crescimento continuado, embora mais lento.

Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones fechou em queda de 0,5%. Mais cedo, o principal índice dos mercados europeus encerrou em queda de 0,65%.

"Enquanto o cenário europeu não se definir, o cenário é de volatilidade para a bolsa, com tendência de curto prazo de baixa", afirmou Kleine.

QUEDAS

No plano corporativo doméstico, OGX tombou 7,82%, a R$ 12,03, e foi a maior pressão de baixa para o Ibovespa. A companhia de Eike Batista reportou prejuízo líquido de R$ 144,8 milhões no primeiro trimestre.

MRV Engenharia desabou 15,05%, a R$ 9,43, após a construtora e incorporadora ter informado queda de 23,9% no lucro líquido do primeiro trimestre, no ano a ano, abaixo das expectativas do mercado.

PDG Realty tombou 9,83%, a R$ 3,67, seguindo a divulgação de um lucro líquido de R$ 32,5 milhões no primeiro trimestre, sete vezes inferior ao apurado um ano antes e bem abaixo da previsão do mercado.

Dentre as blue chips, a preferencial da Vale caiu 0,43%, a R$ 37,20, enquanto a preferencial da Petrobras recuou 2,17%, a R$ 18,49. A petrolífera divulgará resultado trimestral nesta terça-feira.

Pela manhã, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, descartou um aumento nos preços da gasolina, possibilidade que vinha sendo cogitada em meio à valorização do barril de petróleo no mercado internacional.

Em sentido oposto, a Marfrig foi a maior alta do índice, subindo 5,25%, a R$ 9,62, após alta do lucro no primeiro trimestre, a R$ 34,5 milhões.

Fonte: Folha Online

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