Embora o Brasil necessite de novas usinas mais do que nunca, ainda vai demorar um pouco para que o setor sucroenergético possa contar com a construção de projetos greenfields no país. Isso porque as condições atuais não são favoráveis a tais investimentos.
O analista mundial do Rabobank, Andy Duff, declarou durante Conferência FO Licht Sugar and Ethanol 2012, que a baixa produtividade no campo e a grande capacidade ociosa nas usinas por falta de matéria-prima resultaram em cerca de 20% de aumento nos custos de produção. “Cerca de 2/3 dos custos da indústria estão no campo. Subiu o nível médio de endividamento do setor e como há necessidade de investir no canavial para subir a produtividade, não há espaço para que esse endividamento caia muito”, afirmou.
Para ele, a prioridade é o investir recursos no campo. “Aumentar produtividade e investir nos canaviais para que a capacidade seja trabalhada em níveis maiores e aí então pensar em greenfield e browfield. Está muito difícil confiar que preços se manterão altos por tempo suficiente para pagar a conta dos investimentos”, ressaltou.
De acordo com Humberto Casagrande, Diretor Geral do DGF Investimentos, grupo brasileiro dedicado ao Private Equity, construir projetos greenfield no Brasil sai 33% mais caro do que um projeto brownfield. Segundo ele, a estimativa de custo para construção de um projeto greenfield de 1,4 milhões de toneladas é de R$ 256 por tonelada, enquanto um projeto brownfield sairia R$ 190 por tonelada. “ Deveria ser ao contrário, pois os riscos são bem maiores em um projeto novo e deveria se pagar menos por isso. Há uma carência de política definida para que o setor invista em greenfields”, complementou.
Fonte: ProCana Brasil
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