terça-feira, 17 de abril de 2012

Participação do açúcar na safra mato-grossense será inédita




Média histórica era 25% de cana e nesta temporada volume chega a 33%

Com o enfraquecimento da demanda mato-grossense pelo etanol hidratado (combustível) e com as possibilidades de ganhos nas exportações, a produção estadual de açúcar será reforçada neste ano pelos usineiros e estará 33% acima da média histórica, onde um volume de 25% da produção canavieira era transformada na commodity. Conforme o segmento, a conversão que era de 25% da cana para açúcar e 75% para etanol está modificada na safra 12/13 para 33% e 67%, respectivamente. De acordo com Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindalcool), todo o ganho de produção virará açúcar e a participação do produto será inédita.

A previsão do Sindicato é que produção de 14,40 milhões de toneladas, que se confirmada superará em 9,5% a colheita da safra 2011/12, quando foram contabilizadas 13,15 milhões. Dentro desta expectativa a produção de açúcar passa de cerca de 390 mil toneladas para 470 mil. A produção de etanol, estimada para 870 milhões de litros – volume levemente superior ao ano passado – garante o suprimento do mercado local, já que 470 milhões serão transformados em hidratado (combustível) e o restante em anidro, para ser adicionado à gasolina.

A dimensão da safra foi dada pelo diretor-executivo do Sindalcool, Jorge dos Santos, após uma reunião na última quarta-feira com representantes das dez usinas em atividade no Estado. Da safra passada para esta houve um incremento de 20 mil hectares e que deverá ampliar em cerca de 1,3 milhão de toneladas a produção em relação ao contabilizado no ciclo anterior. “E todo esse adicional será transformado em açúcar, sem que haja qualquer perda ao suprimento de etanol”.

A colheita teve início neste mês e até o momento segue tranquila e dentro do calendário estadual. Das dez usinas, três estão processando a nova safra (Itamarati, Cooprodia e Libra) e o restante estará em campo até o começo de maio.

Questionado sobre a produtividade das lavouras, Santos explica que com a colheita ainda no início fica difícil traçar médias, mas que as chuvas foram benéficas – ante à escassez das últimas duas safras – e que é possível extrair 70 toneladas por hectare. “Já chegamos a 90 toneladas, mas temos de considerar que após anos de rentabilidade comprometida, os canaviais foram envelhecendo e naturalmente perdendo a capacidade produtiva e isso aliado à falta de investimentos, culminou com a baixa produtividade”.

SUPRIMENTO – Santos lembra que nas últimas duas safra, quando a estiagem comprometeu a qualidade dos canaviais, o açúcar foi preterido em relação ao etanol, produto que neste mesmo período teve o consumo reduzido. “O momento pede para que os estoques de açúcar sejam recuperados porque durante os anos de quebra, essa commodity teve a produção penalizada”.

Conforme dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o combustível fechou o ano passado com queda de quase 20%. Em 2010, as distribuidoras venderam 416,3 milhões de litros no Estado, ao passo que, em 2011, foram 336,6 milhões de litros, queda de 19,2%. “Diante deste consumo, mesmo incrementando a produção de açúcar, haverá etanol suficiente para atender ao mercado. Assumimos esse compromisso e ele vem sendo cumprido”, ratifica o diretor.

Em relação aos preços do açúcar no varejo que nas últimas safras iniciaram trajetória ascendente, Santos que não há como garantir valores mais acessíveis ao consumidor. “O açúcar é uma commodity e sendo assim, o preço é formado no exterior”. A saca de 50 quilos se manteve por dois anos em cerca de R$ 28. Depois chegou a R$ 76, a agora em cerca de R$ 57, mas oscila entre R% 50 e R$ 60. Parte da produção estadual abastece os estados de Rondônia, Acre e Amazonas, assim como países andinos (como Peru e Bolívia), mercados consolidados ao açúcar mato-grossense.





Fonte: Diário de Cuiabá

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