sexta-feira, 23 de março de 2012
Etanolduto consome R$ 500 mi e obras seguem bom ritmo
Há quase um ano em obras, o primeiro trecho do Sistema Logístico Multimodal do etanol, também conhecido como etanolduto, consumiu cerca de R$ 450 milhões em investimentos. A construção da "via" de 206 quilômetros que vai ligar Ribeirão Preto a Paulínia, ou ao menos a parte que interligará o coração do setor produtivo a regiões de grande consumo e ao porto do Rio de Janeiro, segue a todo o vapor. "Esse trecho do sistema estará pronto para operar no primeiro trimestre de 2013", diz Alberto Guimarães, presidente da Logum Logística.
A companhia tem como sócios a Petrobras, Raízen, Coper-sucar, Odebrecht, Camargo Corrêa e Uniduto Logística. Segundo o executivo, as operações ocorrem dentro do cronograma. Ele não descarta, inclusive, a possibilidade de agilizar o projeto, caso seja necessário, ou de ampliar o alcance do sistema. Uma possível "pressa" comercial seria compreensível, visto que a demanda pelo combustível cresce cada vez mais.
Além do aumento da frota de carros bicombustíveis no mercado interno, os EUA derrubaram a sobretaxa que incidia sobre o produto brasileiro em janeiro, possibilitando aumento de volume de negócios.
"Acho que a viabilidade dessa obra depende de volume e as usinas estão investindo agora emcanaviais para ampliar produção", avalia Júlio Maria Borges, diretor da Job Economia e Planejamento, consultoria especializada no segmento de cana-de-açúcar. "
"Dessa forma, o cronograma do etanolduto vai coincidir com o de recuperação da produção no Brasil".
Borges lembra que a necessidade de resolver o gargalo entre produção e demanda é urgente. Apenas 35% da demanda de etanol é atendida no país e o quadro deve se repetir em 2012, de acordo com a Job, que estima uma produção de etanol de 24 bilhões de litros na próxima safra, muito similar à atual.
Levantamento da Unica, entidade que representa o setor, mostra que R$ 156 bilhões serão investidos até 2020 nas áreas agrícola e industrial para dobrar a produção no segmento.
Trecho estratégico
O trecho Ribeirão Preto / Paulínia, que está sendo construído, é estratégico porque está na região que concentra o maior volume de usinas de cana. Quando ficar pronto, facilitará o transporte do combustível do interior do estado de São Paulo para regiões de grande consumo, como a capital paulista.
Além disso, permitirá ligar o sistema a dutos que pertencem à Petrobras e foram arrendados pela Logum (em preto no mapa abaixo). Essa interligação agilizará o transporte do combustível ao terminal Ilha d"Água, no porto do Rio de Janeiro. Segundo Guimarães, as vias foram "alugadas" por período superior a vinte anos.
R$ 7 bilhões
O orçamento total do sistema do etanolduto soma R$ 7 bilhões. E não houve alterações, segundo Guimarães.Paralelamente às obras do primeiro trecho, os engenheiros da Logum trabalham em estudos das vias que serão construídas entre Uberaba e Ribeirão Preto, além do trecho entre Anhembi e Paulínia. Outros R$ 50 milhões foram aplicados nessas pesquisas. Segundo a Logum, o projeto foi incluído no Programa de Aceleração do Crescimento %4 PAC 2 do governo federal, devido à importância para a competitividade do mercado de etanol.
Sistema contará com 1,3 mil quilômetros de dutos e 12 terminais
O sistema do etanolduto terá capacidade total de armazenar cerca de 800 milhões de litros de etanole de transportar, ao todo, mais de 20 bilhões de litros de combustível por ano. Ao todo, o sistema de dutos somará 1,3 mil quilômetros e atravessará 45 municípios em São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Interligando-os, haverá doze centros coletores, entre eles alguns ativos da Petrobras, que foram arrendados pela Logum Logística.
De acordo com o cronograma apresentado, toda a obra será concluída em 2016, sendo que o último trecho a operar ligará São José dos Campos e Taubaté a Caraguatatuba. Com as obras, a empresa prevê geraçãode 10 mil empregos, diretos e indiretos. Vale lembrar que a Petrobras, Copersucar, Raízen e Odebrecht Transport Participações detém 20% de participação, cada uma, na Logum Logística. A Camargo Correa Óleo e Gás e a Uniduto são donas de fatias de 10%. E.P.
Érica Pólo
Fonte: Brasil Econômico
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