Postos de combustíveis de Teresina abandonam etanol

Por causa do preço da gasolina, bem mais vantajoso em relação ao etanol, alguns postos da capital estão preferindo não vender este produto.
O consumo de etanol nos carros flex só vale a pena economicamente se o preço for até 70% do preço da gasolina. Mas, segundo última pesquisa da ANP essa relação está em 88,16%, no Piauí.
Segundo o frentista de um posto de combustível localizado da Avenida Universitária (zona leste), a venda do etanol está suspensa em alguns postos e não há previsão de retorno. ´Quase ningúem abastece com álcool, não está valendo a pena e o consumo é mais rápido´, declarou Edilson Ribeiro da Silva (180 Graus, 21/2/12)
A Petrobrás e os investimentos na produção de etanol
A nova presidente da Petrobrás, Graça Foster, anunciou em sua posse o aumento de investimentos na produção de etanol, a fim de que a companhia se torne a líder deste mercado nos próximos quatro ou cinco anos.
Diante da demanda crescente por este combustível, a Petrobras (PETR3, PETR4) deve expandir suas operações para conseguir fomentar o mercado interno e diminuir a importação de gasolina, apesar de não ter declarado se irá realizar mais aquisições de ativos ou participações em usinas.
Até 2015, pretende investir US$ 2,5 bilhões na produção de etanol e biodiesel, de um total de US$ 4,1 bi em biocombustíveis. Além disso, também pretende destinar US$1,3 bi para fins logísticos e US$300 milhões para pesquisas. No total, são previstos em seu "Plano de Negócios" um aporte de US$ 224,7 bilhões nos próximos cinco anos.
A prioridade da produção de etanol prevê investimentos de US$ 1,9 bilhão, tendo como meta a produção de 5,6 bilhões de litros, em 2015, e 12% de participação no mercado nacional. Desses investimentos, 70% do volume será destinado à construção de novas usinas, destilarias, aumento da capacidade de moagem e renovação de canaviais. As sociedades já firmadas com as empresas Guarani, "Nova Fronteira" e "Total Agroindústria Canavieira" serão prorizadas.
No que tange ao biodiesel e ao suprimento agrícola, serão destinados US$ 600 milhões, visando a participação de 25% do mercado nacional, considerando o crescimento orgânico da demanda de diesel e a vigência do B5 (5% de biodieseladicionado ao diesel). A "Petrobras Biocombustível" possui um parque produtivo formado por cinco usinas e capacidade para produzir cerca de 700 milhões de litros de biodiesel por ano.
O investimento de US$ 300 milhões em pesquisas tem como foco avanços no desenvolvimento do etanol de segunda geração, o "etanol celulósico", objetivando sua produção em escala industrial. Em 2010, a Petrobrás assinou nos Estados Unidos um contrato com a "KL Energy Corporation" para aprimorar o processamento de "etanol celulósico". Foram investidos US$ 11 milhões para adaptar as instalações e testar o processo de produção. Após os testes nos Estados Unidos, está prevista a implantação de uma usina de etanol celulósico em escala industrial integrada com uma usina de cana-de-açúcarno Brasil, programada para entrar em funcionamento no próximo ano (2013).
Também buscam avançar nas pesquisas para "biocombustíveis de aviação", "Bio QAV" (querosene de aviação), bem como no aprimoramento dos processos produtivos, com o objetivo de assegurar a vanguarda em sustentabilidade. Além disso, buscam alternativas que gerariam o etanol de terceira geração, a partir do óleo extraído de microalgas.
Parcerias internacionais como em Moçambique, Angola, Japão, Antártica, dentre outras, tem dado destaque à atuação da "Petrobrás Biocombustíveis" na busca da consolidação do mercado mundial de etanol.

Fonte: Brasilagro