Etanol mais competitivo

Investimentos em ecoeficiência no transporte de etanol podem aumentar a competitividade do combustível brasileiro. A conclusão está em estudo dos professores Marcio D´Agosto e Ilton Curty, da Coope/UFRJ. A pesquisa avaliou como os aspectos ambientais podem ajudar na logística de escoamento do etanol de áreas produtoras até o porto de São Sebastião (SP).

"Esse transporte é majoritariamente rodoviário. É a matriz com maior risco de acidentes, ocasionando perdas", destaca D´Agosto. Comparando Brasil e EUA, os dois maiores players no setor, o levantamento mostra que o problema de custo do produto brasileiro está na logística de transporte. O Brasil fabrica o dobro do combustível por hectare e pela metade do custo. Sai a US$ 137 por tonelada, contra US$ 235 nos EUA. O pulo do gato dos americanos está na matriz intermodal de transportes, com 60% do combustível conduzidos por ferrovias e só 10% por rodovias.

No Brasil, 96% seguem pelas estradas. "É uma escolha cara, altamente poluidora e de risco", explica o professor. A adoção de outros meios de transporte poderia reduzir em 40% os acidentes nas estradas. Cada um desses eventos custa em média R$ 65.350 às transportadoras. São Paulo registra cerca de 135 acidentes com transportadoras de líquido inflamável por ano. O uso de biodiesel nos caminhões-tanque também elevaria a competitividade do etanol, reduzindo em até 78% as emissões de CO2. "Medidas que reduzem impacto ambiental favorecem o produto no mercado internacional, sobretudo na Europa", conclui.


Fonte: O Globo