quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Demanda por etanol tende a aumentar nos próximos anos, calculam especialistas


Engenheiros especializados na produção de etanol na Raizen, joint venture entre a Cosan e a Royal Dutch Shell, esperam que a produção de cana no centro-sul do Brasil atinja 535 milhões de toneladas, disse o diretor comercial da empresa à agência inglesa de notícias Reuters, neste domingo.
   - A faixa é entre 500 (milhões) e 550 (milhões de toneladas). Nós acreditamos em 535 (milhões) - disse Ivan Melo Filho ao ser questionado sobre sua projeção para a produção de cana no centro-sul na safra 2012/13.
   Ele disse não acreditar que o setor enfrentará os mesmos problemas vistos na safra passada em meio às baixas temperaturas. A produção de açúcar do Brasil caiu nesta temporada pela primeira vez em mais de uma década devido às más condições climáticas e falta de investimentos no setor. Muitos analistas afirmam que vai demorar ao menos dois anos para uma recuperação completa.
   Também neste domingo, um executivo da Cargill disse concordar com previsões de que a produção de açúcar no centro-sul do Brasil fique em 520 milhões de toneladas em 2012/13.
  
   Nova fronteira
   Uma das demandas mundiais mais acentuadas na área das commodities, o etanol chega como alternativa para a matriz energética dos EUA, paíse que consome um quarto de todo o petróleo produzido no mundo. Acordos negociados entre o Brasil e aquele país visam assegurar o fornecimento de longo prazo, para justificar os investimentos no setor.
   No caso da produção do etanol a partir da cana de açúcar, o Brasil, um dos mais graves questionamentos é a ocupação de solo fértil para o plantio de alimentos, como ocorre na região centro-sul. Experiências realizadas no Peru, em áreas desérticas, com o implemento de técnicas de irrigação patenteadas pela empresa israelense Netafim, no entanto, abrem uma nova perspectiva sustentável para a cana em novas fronteiras no Norte do país.
   O Brasil utiliza 48% da sua produção de cana de açúcar para produzir etanol, enquanto o restante é utilizado para a produção de açúcar. Na Ásia, países como Índia, China, Tailândia, Filipinas e Paquistão já elaboraram planos ambiciosos para usar a cana de açúcar como cultura de biocombustível para a produção de etanol. Essa produção vai cumprir com algumas exigências, como a mistura de combustível E10 - onde 10% do combustível é composto de etanol e 90% de gasolina, entre outras exigências.
   A cana de açúcar é cultivada em mais de uma centena de países sob condições temperadas, subtropicais e tropicais. A cana de açúcar é basicamente uma cultura de climas tropicais, com rendimentos significativamente afetados pela temperatura, umidade relativa e radiação solar. A melhor média de amplitude térmica diária é de 14 a 35°C. Da mesma forma, a umidade relativa variando entre 55 e 85%. O período de grande crescimento favorece a evolução do colmo. A exigência de radiação solar é de 18 a 36 MJ/m2 (Total anual: 6350 MJ/m2). O crescimento do colmo aumenta quando a luz do dia está na faixa de 10:00 a 14:00 horas. A cana de açúcar pode ser agrupada em três fases de maturação: precoce, médio e tardio. Variedades resistentes a diversas pragas e doenças também têm sido desenvolvidas em grandes regiões de cultivo de cana de açúcar em todo o mundo tropical e subtropical.
   Segundo relatório da companhia especializada, "a aplicação da irrigação por gotejamento e nutrirrigação em cana de açúcar, provou ser tecnicamente e economicamente viável. Em muitas situações agro-ecológicas, a irrigação por gotejamento registrou maiores rendimentos (50 a 90 t/ha), redução do uso de água (30 a 45%) e fertilizantes (25 a 30%). Além disso, com a irrigação por gotejamento há aumento no teor de sacarose (ATR), em comparação com os sistemas de irriação via sulco e canhão, entre outros métodos de irrigação como pivô central e aspersão", concluiu. 

Fonte: Correio Brasil

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