terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Energia eólica se expande
A ampla faixa atlântica do Ceará, beneficiada pelos ventos alísios, está ganhando nova atividade ao sediar as matrizes da produção de energia eólica(dos ventos), representadas pelos conjuntos de centrais aerogeradores. O Estado já dispõe de 17 parques eólicos em operação, enquanto estão projetados 37 outros, espalhados entre o litoral de Camocim e os limites do Ceará com o Rio Grande do Norte.
Como parte desse processo de expansão, o Conselho Estadual do Meio Ambiente (Coema ) vem de aprovar mais dois projetos para a construção de complexos eólicos em Paraipaba e Amontada, no litoral oeste. Esse tipo de energia limpa, dispondo de vasto potencial originado nos ventos, tem encontrado no País um largo campo para se expandir, alinhando-se às nações desenvolvidas e em desenvolvimento, em busca da consolidação dessa nova matriz energética.
Do Rio Grande do Sul, ao Rio Grande do Norte, da Bahia ao Ceará há um esforço continuado, resultante da sensibilidade de investidores interessados em explorar um filão energético ainda pouco aproveitado industrialmente. Estes dois últimos projetos aprovados no Ceará trazem uma peculiaridade: seus aerogeradores ficarão implantados em regiões de tabuleiros pré-litorâneos, ao contrário dos projetos anteriores fincados especialmente em topos de dunas.
O complexo de Paraipaba disporá de quatro centrais geradoras distribuídas numa área de 1.179 hectares, nos quais serão fincados 46 aerogeradores com 97 metros de altura. O empreendimento de Amontada terá um complexo eólico com 35 aerogeradores, distribuídos por três centrais instaladas numa área de 689 hectares. Essa modalidade de geração energética não impede o aproveitamento das áreas agricultáveis do entorno dos equipamentos aéreos com o plantio de culturas agrícolas, pois os geradores ocupam entre 5% e 15% dos espaços.
O Brasil se transformou, nos últimos tempos, no quinto maior investidor em energias renováveis no mundo, mobilizando, para tanto, US$ 7 bilhões. Dados publicados pela ONU comprovam uma nova realidade: os investimentos mundiais em inovação tecnológica de energias alternativas suplantam as inversões financeiras em tecnologia energética de origem fóssil. Externamente, os investimentos reservados a energias limpas já alcançam US$ 211 bilhões. Até 2004, não superavam US$ 33 bilhões. A expansão média tem sido de 40%, enquanto a crise mundial vem freando os investimentos nas demais áreas de avanços tecnológicos. Para a ONU, essa alternativa será a única capaz de atender aos desafios da demanda por energia, reduzindo, ao mesmo tempo, as emissões de CO². No mundo ainda há 1,4 bilhão de pessoas sem acesso à energia elétrica.
Desde 2010, a China lidera as inversões para a produção de energias renováveis, de modo a superar a sua dependência de petróleo, aplicando US$ 49 bilhões. O segundo lugar é da Alemanha, com US$ 41 bilhões, sequenciada pelos Estados Unidos da América e a Itália. O Brasil aplica nesse mercado, atualmente, duas vezes mais do que os 53 países africanos juntos. Daí o leque representado pelo etanol, energia solar e energia dos ventos como alternativas à matriz fóssil.
Fonte: Diário do Nordeste
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