quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Mercado reage à decisão da UE
Um assunto tem causado polêmica entre os interessados pelo setor da agropecuário no Brasil. A União Européia propôs continuar com os subsídios ao setor rural por, no mínimo, nos próximos 10 anos, além de distribuir a fazendeiros 500 bilhões de euros até 2020. Os europeus ainda ameaçam rever as regras para o açúcar, o que pode ferir acordos já fechados. Na avaliação de professores da Fundação Getúlio Vargas (FGT), a cana-de-açúcar e a carne são os segmentos mais prejudicados com essa decisão.
Os europeus anunciaram suas intenções de renovação da ajuda a proprietários rurais que há muitos anos afetam os interesses da economia brasileira. A esperança era de que a alta nos preços de alimentos abrisse espaço para que finalmente anunciassem redução na ajuda. O que não ocorreu, irritando setores do governo brasileiro. De acordo com o professor e coordenador do MBA em gestão estratégica de agronegócio da FGV, Matheus Kfouri Marino, essas decisões impactam diretamente no agronegócio do Brasil, já que um de nossos grandes clientes é a União Europeia fazendo com que as exportações caiam já nos próximos meses.
Entre os setores que mais podem ser afetados, o professor e também coordenador do MBA em gestão estratégica de agronegócio da FGV, Fábio Matuoka Mizumoto, avalia que estão a cana-de-açúcar e o de carnes. Isso porque a produção europeia terá maior valor de subsídios para produzir e deve pautar os preços, prejudicando a competitividade do produto brasileiro no mercado internacional. Sendo que há fatores que favorecem a expectativa de redução nos subsídios agrícolas fornecidos pela União Europeia. Sendo o principal a elevação dos preços internacionais das principais commodities agrícolas. E um outro, a crise financeira, que afeta a Europa e faz com que as principais nações estejam com dificuldade de gerar caixa para manter os seus subsídios.
O especialista diz ainda que a expectativa do mundo todo era de uma redução dos subsídios da União Europeia, favorecendo as nações mais competitivas na produção das commodities agrícolas mundiais. Contudo, a reação foi contrária, já que os europeus protegem a produção local para fazer a economia girar. Isso porque 45% do orçamento do bloco é destinado aos subsídios agrícolas e um terço da renda do agricultor europeu depende desses subsídios. Ele diz ainda que um dos grandes clientes do Brasil é a União Europeia. Portanto, com essa medida as exportações no país tendem a cair já nos próximos meses. Já que o país não tem condições de
manter o mesmo nível de subsídios de países como os Estados Unidos e União Europeia, convivendo em um mercado internacional pautado por preços gerados por essas nações.
Fonte: Gazeta Digital
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