quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Trigo gaúcho com clima favorável e boa qualidade, preços dificeis até para PEP

Na última semana, com exceção à Passo Fundo, a semana foi de dias ensolorados e com temperaturas em boa faixa para os cultivos de trigo gaúcho e para o andamento da colheita, nas conversas do fim da última semana, levantamos que a qualidade até o presente momento é boa, ainda assim, sem a competição acirrada da exportação que ainda pratica preços nada agradáveis sem a intervenção do governo, os preços no mercado interno são bem abaixo da expectativa dos principais produtores. Vamos a uma síntese dos relatos do informe da EMATER e das conversas que tivemos na última semana acerca do trigo gaúcho.

O clima favoreceu o avanço da colheita que já chega a aproximadamente 10% da área plantada no estado, o equivalente a 84 mil hectares. O rendimento varia entre 2,1 t/hectare a 2,7 t/hectare, a média projetada pelo órgão de assistência técnica gaúcho era de 2,2 t/hectare para o estado, contra 2,6 t/hectare da safra anterior. A qualidade dos cultivos tem sido favorecida pelas últimas precipitações, sobretudo nas principais regiões produtoras que terão seu pico de colheita somente no próximo mês. As condições de risco de micotoxina são bastante pontuais entre as regiões produtoras o que inicialmente faz com que não haja preocupações com o produto colhido no estado.

Os preços pedidos e pagos por moinhos no interior variam entre R$ 420 e 450/ton, com alguma diferenciação quanto a oferta de trigo com qualidade industrial e boa coloração, somente boa coloração e somente boa qualidade industrial, reforçando a idéia de que se buscará trigo importado em boa escala nesta safra. Na exportação o Brasil tem um preço FOB janeiro/2012 a 250 o que traz o preço de recebimento no porto próximo aos US$ 235-236/ton trazendo isto ao interior ficaria abaixo dos R$ 400,00/ton.

Fazendo o cálculo inverso, com R$ 477/ton do preço mínimo, o preço em dólares interior seria de US$ 268/ton mais US$ 40/ton de fobing imaginando-se uma região com frete de R$ 50/ton até o porto, teríamos um FOB teórico de US$ 308, ou seja, a necessidade de subvenção da ordem de US$ 58 (atualmente R$ 103/ton), o que dificulta bastante a realização imediata de negócios para exportação, sem que haja ao menos uma alta no mercado internacional, algo pouco provável nos fundamentos até agora. Só a efeito de comparação, o Uruguai tem um FOB US$ 240/ton para dezembro/11 e os portos argentinos variam entre US$ 250 e US$ 255/ton.

Fonte: AF News

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