Provando essas colocações passamos abaixo dados pluviométricos em diferentes regiões produtoras de café, fornecidas pela FUNDAÇÃO PROCAFÈ do MAPA, de Varginha.

Esses índices pluviométricos estão ocasionando um agravado prejuízo que impacta de maneira drástica na produção.
Além desses dados sabemos que outras regiões produtoras de café, em Minas Gerais, como Zona da Mata e Sudoeste Mineiro os dados pluviométricos foram péssimos, de MAIO a SETEMBRO e, as lavouras perderam suas características produtivas. O mesmo ocorreu nas regiões produtoras do Estado de São Paulo, com isso a seca assolou 90% das regiões produtoras de arábica. Outro dado importante é o levantamento dos últimos 22 anos da Fazenda Jacutinga – Guapé – MG, apresentados abaixo (gráfico), constatamos que a média histórica (vide gráfico) foi de 178,82 ml de MAIO A SETEMBRO e esse ano choveu tão somente 39 ml sendo 22% da média histórica, ou seja, o menor índice pluviométrico dos últimos 22 anos.
Além disso, o ano de 2010, também foi seco, com somente 98 ml de chuva no mesmo período e foi um fator determinante para a queda de produção, que não deverá chegar à 40 milhões de sacas e, as bases atuais nos dão sustentação aos números iniciais que prevíamos 35 milhões de sacas . Para efeito de segurança deveremos fechar no máximo com 38 milhões de sacas de 2011/2012. No Simpósio, do Rio de Janeiro, dias 5 e 6 de setembro passado, as principais Cooperativas apresentaram uma queda ao redor de 20% do previsto inicialmente e confirmando o afirmado de uma produção de no máximo 38 milhões de sacas para a presente safra. A quebra no rendimento, devido à seca de 2010, entre MAIO e SETEMBRO, provocou um grande susto nos cafeicultores e nas cooperativas. Precisou-se a redor de 550 a 600 litros de café para um saco beneficiado, ou seja, ao redor de 20% de prejuízo sobre a média histórica.Portanto, tivemos secas sucessivas entre, MAIO à SETEMBRO, em 2010 e 2011 e isso compromete drasticamente a produção.
IMPORTANTE: Mesmo que a pluviometria (período de chuvas) venha a se regularizar a partir de setembro o prejuízo já ocorrido é IRREVERSÌVEL em termos de produção 2012.
Quando observamos os dados históricos de 22 anos de regime pluviométrico nunca ocorreram 02 (dois) anos de seca seguidos nessa intensidade. Outro aspecto importante a ser analisado são as safras abundantes no citado período, quando de MAIO a SETEMBRO, do ano anterior foi chuvoso, ou seja, acima de 200 ml no período. Vejamos: - 2009 choveu acima de 200 ml e a safra de 2010 foi de 48 milhões de sacas, o mesmo ocorre em 2006, quando colhemos 42,5 milhões de sacas. Ainda em 2002, tivemos recorde de produção de 48,5 milhões de sacas, pois em 2001 choveu acima de 200 ml no período referenciado. Portanto a binualidade está diretamente relacionada com o regime hídrico, o qual é muito mais importante que o próprio estado vegetativo da lavoura. Para ilustrar tal confirmação, lembramos que tínhamos no final do verão um potencial de até 55 milhões de sacas. E agora? “SÓ DEUS SABE”. Mas, pelos dados pluviométricos de seca intensa nos dois últimos anos principalmente 2011, poderemos seguramente afirmar que deveremos atingir no máximo, em 2012, uma safra igual ou menor que 2011.
O I.A.C ( Instituto Agronômico de Campinas), foi fundado a mais de um século para pesquisar , principalmente café e do I. A.C saíram as principais tecnologias, cultivares plantadas no Brasil e outros países. O I.A.C pode ser determinado juntamente com o antigo I.B.C (Instituto Brasileiro do Café) os pais da CAFEICULTURA. No I.A.C passaram os principais técnicas do café como Dr. Alcides Carvalho, entre outras e numa pesquisa de 30 ANOS (3 décadas) detectou-se que as produções foram obtidas dentro do seguinte contexto. (DE MAIO A SETEMBRO).

Baseado no exposto, o mercado precisa se preparar para uma frustração marcante da safra de 2012. A SINCAL, alerta os cafeicultores que os preços dispararão em detrimento a escassez dada à baixa produção de 2011, seguida de baixa produção em 2012, estoques baixíssimos e os patamares de preços alcançaram níveis incalculáveis e dentro de um cenário real poderemos vender café acima de R$ 1000,00 / saca. Preço esse realmente necessário para cobrir o grande prejuízo que tivemos nos últimos 14 anos, onde o café subiu tão somente 35% até 2010 e os custos subiram 550%. Fato esse decorrido a total falta de gestão na política cafeeira tanto no MAPA, como nas entidades privadas que sugaram os cafeicultores colocando-os dentro de uma escravidão econômica nunca sofrida, por um período tão longo, no setor produtivo.
Baseado nisso, precisamos quebrar paradigmas existentes no “statu quo” dos diversos elos da Cadeia do Agronegócio Café. Está totalmente perceptível uma coesão de interesses recíprocos dos diferentes seguimentos da cadeia, numa acomodação mais interessantes a todos esses elos em detrimento a escravidão imposta ao setor produtivo. Portanto, o preço de R$ 500,00 / saca está totalmente defasado e na lógica financeira e matemática deveríamos estar vendendo nosso café a R$ 1100,00 / saca, para cobrir a evolução do custo de produção, pois vendíamos café à R$ 200,00/saca (ordem de grandeza) há 14 anos e corrigindo a 550% realmente chegamos a R$ 1.100,00/saca que será um preço compatível com os ajustes de defasagem financeira.
SINCAL ALERTA AOS CAFEICULTORES:
1. Não façam trocas físicas;
2. Não vendam café sem extrema necessidade;
3. Não comprometam a safra 2012 com CPR ou qualquer outro instrumento que tire a possibilidade de vender seu café nos patamares citados e possíveis.
Fonte: Sincal
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