quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Máquinas agrícolas: Indústria busca antídoto contra vendas fracas



Para assegurar negócios futuros, fabricantes fecham parcerias e ampliam o portfólio de produtos no Brasil

Os fabricantes de máquinas agrícolas estão traçando novas estratégias para minimizar os impactos do desaquecimento das vendas no mercado interno. Para garantir o faturamento no Brasil, as empresas têm firmado parcerias ou até mesmo acordo de compras de empresas de outros segmentos. Depois de a AGCO – dona das marcas de tratores e colheitadeiras Valtra e Massey Fergunson – anunciar acordo de compra das operações internacionais de uma holding de armazenagem de grãos, outra gigante do setor acaba de firmar parceria com uma empresa do ramo de implementos agrícolas. A Case New Holland, também detentora da marca Case IH, selou parceria com a Semeato na semana passada. “Um portfólio completo permite balancear a crise, já que, quando houver queda na venda de um determinado produto, outro compensa no faturamento”, explicou Francesco Pallaro, conselheiro da CNH.

Apesar de manter sua participação no mercado brasileiro, os negócios fechados recentemente entre as grandes fabricantes do setor ocorrem em meio a uma previsão de queda na demanda interna por máquinas agrícolas. O cenário é previsto pela própria Associação Nacional dos Fabri­­­cantes de Veículos Automotores (Anfavea). Em seu seu relatório de setembro, a entidade apontou que as fábricas de tratores e colheitadeiras reduziram em 12% sua produção em relação a outubro, reflexo da baixa comercialização dos produtos. De acordo com o levantamento, os parques fabris brasileiros produziram 6.962 máquinas no mês passado – quase 900 unidades a menos do que em agosto, quando saíram das montadoras 7.857. Para o vice-presidente da An­­­favea, Milton Rego, a produção tende a continuar em queda, reflexo do desaquecimento das vendas no mercado doméstico. “Acredito que as vendas internas vão fechar em queda entre 7% e 8% em relação a 2010. Como a previsão é que as exportações se mantenham, a produção deve cair menos e chegar a 5%”, calcula o executivo.

No acumulado do ano, as vendas estão 8% inferiores às do ano anterior. Foram entregues pelas fábricas às concessionárias pouco mais de 50 mil unidades de janeiro a setembro deste ano, contra 54 mil no mesmo período de 2010. A produção neste período, contudo, recuou mais do que as vendas – 11%. Enquanto a produção nos primeiros nove meses de 2010 atingiu 69.166, em 2011 caíram para 62.145.

Exportação ameaçada

Além de perder espaço em seu próprio mercado, o Brasil ainda está cada vez menos competitivo no cenário externo. O executivo da Anfavea conta que “nós só estamos vendendo máquinas para os países que integram o Mercosul”, e ainda assim em menos quantidade. Embora o comércio entre o Brasil e a Argentina tenha se reaberto, Rego lembra que as compras realizadas pelo país vizinho são menores do que em anos anteriores. “Em vez de comprar do Brasil, as empresas estão investindo na Argentina por conta de incentivos do governo”, justifica ele.




Fonte: Gazeta do Povo

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