quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Cultivares de guaranazeiro produzem sete vezes mais

Para contribuir com a cultura do guaranazeiro, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) lança quatro novas cultivares dessa planta nativa da Amazônia, utilizada em refrigerantes, produtos alimentícios, farmacêuticos e cosméticos. O lançamento será dia 26 de outubro de 2011, de 8h às 13h, no Campo Experimental da Embrapa no município de Maués, em Dia de Campo, evento voltado para produtores rurais, técnicos de assistência técnica e extensão rural, agências de fomento, empresas agroindustriais e demais interessados na cultura do guaraná.

As novas cultivares de guaranazeiro são plantas melhoradas que têm como vantagens a alta produtividade e a resistência genética à antracnose, principal doença que afeta o cultivo de guaraná no Amazonas e que causa perdas totais da produção. Por serem plantas resistentes à doença, dispensam o uso de fungicidas. Por serem mais produtivas, o plantio dessas cultivares possibilita aumentar a produção sem aumentar a extensão das áreas de plantio. Com isso também se evita o desmatamento de novas áreas.

Quando manejadas seguindo as recomendações do sistema de produção, elaborado pela Embrapa, essas novas cultivares de guaranazeiro chegam a produzir sete vezes mais que a média regional, que é de 200 gramas por planta, explica o pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, André Atroch, que junto com o pesquisador Firmino Filho, coordenam o programa de melhoramento genético do guaranazeiro.

A Embrapa Amazônia Ocidental conduz o programa de melhoramento genético do guaranazeiro desde a década de 70, que tem como objetivo o desenvolvimento de cultivares que agregam alta produção e resistência estável às principais doenças que afetam os cultivos. Como resultados dessas pesquisas foram desenvolvidas e lançadas para o sistema produtivo 12 cultivares nos últimos anos e agora mais quatro. As novas cultivares se diferenciam por características agronômicas específicas em relação às anteriores. “A estratégia de lançar novas cultivares é uma forma de controlar a doença aumentando a diversidade genética dos plantios e com isso cria-se uma barreira genética às doenças”, explica o pesquisador André Atroch.

As cultivares receberam os nomes BRS Cereçaporanga, BRS Mundurucânia, BRS Luzéia e BRS Andirá, e produzem em média 1 quilo e meio de sementes secas por planta, enquanto a média regional é de 200 gramas por planta ao ano.

Embora o guaraná seja nativo da Amazônia, a produção do Amazonas , em torno de 206 kg/ha de semente seca, é considerada baixa em relação ao Estado da Bahia que tem uma produtividade de 408 kg/ha, e já se tornou o maior produtor brasileiro, segundo dados do IBGE (2011). As doenças são as principais causas de baixa produtividade do guaranazeiro no Amazonas e a antracnose é a principal delas. A produtividade obtida com as novas cultivares que serão lançadas pela Embrapa é superior a obtida tanto no estado do Bahia quanto no Amazonas. No Amazonas os maiores produtores de guaraná tem sido os municípios de Maués, Presidente Figueiredo e Urucará.

As cultivares são avaliadas durante sete anos consecutivos em diferentes condições no Estado do Amazonas, levando em consideração a produção de sementes secas por planta, resistência à antracnose, hipertrofia da gema vegetativa e hipertrofia da gema floral, entre outros fatores.

O lançamento das novas cultivares de guaranazeiro tem a coordenação da Embrapa Amazônia Ocidental e da Embrapa Transferência de Tecnologia e contam com o apoio da Secretaria de Produção Rural (Sepror), Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Amazonas (Idam) e da Prefeitura de Maués.

Após o lançamento das novas cultivares, será realizado o curso Manejo do Guaranazeiro, que será realizado no dia 27 de outubro, também em Maués, dedicado a técnicos extensionistas e produtores rurais.

Características das cultivares que estão sendo lançadas:

BRS Cereçaporanga - a principal característica desta cultivar é a produção de 1,30kg de semente seca por planta/ano, com produtividade de 520 kg/ha/ano podendo atingir 812kg/ha/ano .

BRS Mundurucânia - produz 1,40 kg de sementes secas por planta ao ano, garantindo uma produtividade de 560 kg/ha/ano de sementes secas , e pode atingir 875 kg/ha/ano.

BRS Luzéia - potencial produtivo de 1,60 kg de semente seca por planta, e obtenção de 640 kg/ha/ano, a 1.000 kg/ha/ano. Apresenta altos níveis de resistência estável à antracnose.

BRS Andirá - possui alta produção (1,40 kg de sementes, secas/planta/ano) representando uma produtividade de 560 kg/ha/ano de sementes secas, podendo atingir 875 kg/ha/ano . Apresenta resistência às principais doenças da cultura, e se destaca pelo teor de cafeína de 4,2%, considerado alto.

A BRS Luzéia e BRS Andirá foram classificadas com teor de cafeína alto e a BRS Cereçaporanga e BRS Mundurucânia com teor de cafeína médio.


Fonte: Agrolink

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