terça-feira, 11 de outubro de 2011
Canola é opção em Estrela Velha
A cultura atualmente apresenta liquidez e atrai os produtores do município pela boa cotação, que se equipara à da soja
A produção de canola obtém cada vez mais representatividade na produção agrícola do município de Estrela Velha, na região Centro-Serra. A atividade ganhou força especialmente nos últimos cinco anos, testemunha o secretário municipal de Agricultura e Fomento Econômico, Antônio Ricardo Dreher. "Cooperativas locais incentivam muito e fomentam a produção", assegura o secretário. Na atual safra, foram plantados aproximadamente 850 hectares, que estão agora sendo colhidos. O cultivo se concentra principalmente em áreas maiores e envolve cerca de dez famílias.
Neste ano, a colheita nas áreas de canola em Estrela Velha iniciaram com atraso, em função do excesso de chuvas. Em julho e agosto, choveu quase o dobro do esperado para o período, o que afetou diretamente o desenvolvimento da planta. Foram 594 milímetros de chuva, contra a média histórica, que é de 318 milímetros. O plantio da cultura ocorreu entre os meses de abril e maio. "Todo trabalho no campo é mecanizado", explica Dreher. A produção é entregue às cooperativas, sendo que a maior parte é destinada à empresa BSBios, em Passo Fundo, para fabricação de óleo vegetal. Atualmente, os produtores comercializam a saca de 60 quilos do produto a R$ 40,00, em média. Na maior parte das negociações, o preço é calculado com base no valor da soja.
O secretário explica que a canola vem se mostrando uma ótima alternativa para a rotação de culturas na área rural do município, devido à boa cotação do grão. Anualmente, diversos agricultores intercalam o plantio com trigo e cevada, culturas que possuem o ciclo produtivo semelhante ao da canola. "Dessa maneira, os agricultores preservam o solo e não ficam reféns de uma única atividade", reflete Dreher. O trabalho de orientação nas propriedades é feito pela secretaria, pela equipe técnica da Emater/RS e pelas próprias cooperativas, que também disponibilizam defensivos e sementes.
O agricultor Jader Billig, de Estrela Velha, começou a estudar a viabilidade de plantar a canola em sua propriedade há cinco anos. Hoje, com dois anos de experiência no ramo, afirma estar satisfeito e projeta aumentar a área no futuro. São 130 hectares ocupados com o grão, que na última safra rendeu uma produtividade de 18 sacas por hectare. O agricultor explica que a principal vantagem é a possibilidade de firmar um pré-contato com a empresa compradora, o que garante mercado e preço. "Tenho vantagens que não existem com a lavoura de trigo. Por isso, no inverno sempre opto pela canola." O diferencial está no preço, que nesta safra atinge quase o dobro da cotação do trigo.
Conforme explica Billig, 70% da produção é comercializada antecipadamente por meio de contrato de venda antecipada. Hoje, o valor contratado com a indústria é de R$ 46,00 a saca de 60 quilos. O restante da produção é negociado de acordo com o preço da soja.
O produtor ainda ressalta as vantagens nutricionais para o solo. "A canola garante uma boa adubação para a terra, que fica mais fértil para receber a soja durante o verão." Billig está prestes a colher a canola. A sua expectativa é obter maior rendimento do que no ano passado. "Só teremos um pequeno atraso na colheita em função das chuvas", diz o agricultor. Nesta safra, a área semeada no Rio Grande do Sul é de 33,5 mil hectares.
Fonte: Correio do Povo
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