quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Bovespa inverte tendência e ganha 2% no fechamento



Os mercados financeiros tiveram uma recuperação bastante brusca nas últimas horas do pregão, movidos por especulações de um possível reforço no fundo de estabilidade financeiro da Europa.

Segundo o diário britânico The Guardian, Alemanha e França (as maiores economias do zona do euro) teriam alcançado um acordo para aumentar a capacidade de financiamento desse fundo para 2 trilhões de euros (cerca de US$ 2,7 trilhões), ante os 440 bilhões atuais. O jornal cita fontes diplomáticas da UE, mantidas sob anonimato.

O fundo é uma das ferramentas estratégicas para UE combater a crise das dívidas soberanas, principalmente num momento em que os investidores desconfiam cada vez mais da situação financeira de economias como Espanha e Itália.

O índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, subiu 2,08% no fechamento, atingindo os 55.031 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,13 bilhões.

O dólar comercial foi cotado por R$ 1,758, em um decréscimo de 0,62%.

As principais Bolsas europeias encerram o pregão de hoje com perdas, a exemplo de Londres (baixa de 0,48%) e Paris (queda de 0,78%), mas em Frankfurt, o índice Dax teve alta de 0,30%.

Nos EUA, a Bolsa de Nova York registrou um avanço de 1,58%.

Além de monitorar o cenário externo, profissionais do setor financeiro também aguardam o início da temporada de balanços corporativos no Brasil.

"Não estamos esperando resultados muito excepcionais para este terceiro trimestre, embora os bancos até podem apresentar números um pouco mais fortes. O que é importante é que, caso as empresas entreguem números somente um pouco melhores do que o mercado estiver esperando, já pode ser um fator de volatilidade para a Bolsa, mas para cima", comenta Eduardo Oliveira, da mesa de operações da Um Investimentos.

CHINA, EUA E EUROPA

A "esperança" renovada por uma solução de consenso na UE para enfrentar a crise "salvou" o dia das Bolsas num pregão marcado por notícias desfavoráveis na China, na Europa e nos EUA.

Entre as principais notícias dessa jornada, o Birô Nacional de Estatísticas (BNE) chinês informou que o país teve um crescimento de 9,1% no terceiro trimestre deste ano, na comparação com idêntico período no ano passado. No segundo trimestre, nos mesmos termos de comparação, o incremento do PIB foi calculado em 9,5%.

Outro dado que também preocupou os investidores foi a advertência da agência Moody's, sobre uma possível revisão do 'rating' (nota de risco de crédito) da dívida soberana francesa.

A agência manteve a qualificação máxima para as condições de solvência do país, mas indicou que a nação europeia enfrenta sérios desafios financeiros, com a necessidade de ajudar os países mais fragilizados na zona do euro, e que vai monitorar suas reformas econômicas e financeiras.

Mais tarde, outra influente agência de "rating", a Standard&Poor's, rebaixou sua avaliação para dezenas de bancos italianos, poucos dias depois de ter revisado para pior sua "nota" para a Itália, outra nação europeia às voltas com severos problemas financeiros.

Nos EUA, o índice de preços PPI (preços no setor atacadista) revelou uma inflação de 0,8% ante estabilidade em agosto e alta de 0,2% em julho. Economistas do setor financeiro projetavam uma variação bem menor, na casa de 0,2%.

O chamado 'núcleo' do índice, que exclui os preços de energia e alimentos (mais voláteis) do cômputo total, também ficou acima das expectativas, ao mostrar uma variação de 0,2%, ante projeções de 0,1%.

COPOM

O Comitê de Política Monetária anuncia amanhã a nova taxa básica de juros do país, hoje em 12%. A grande maioria dos analistas acredita em ajuste para 11,50%, mas a surpreendente decisão de agosto (corte de um ponto percentual) pode aumentar a cautela dos investidores até o anúncio oficial.




Fonte: Folha Online

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