quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Análise do mercado da soja: Entenda porque os preços não podem cair

Os mercados de consumo incorporaram em suas matrizes de produção de rações/ alimentos, durante 10 meses, com custos relativos a preços no intervalo de us$ 13,50 a us$ 15,00 por bushel (Preços da CBOT mais o Premio).

A recente correção de usd 2,00 por bushel, ou cerca de us$ 74,00 por tonelada, resultará numa oferta mais competitiva de proteina e grãos para a produção de carnes, o que inevitavelmente aumentará o consumo de carnes e alimentos similares, a nível final ou ponta do consumo.

Fatores eventuais nunca coibiram ou reduziram a demanda por longo período.

No inicio de 2004, com a escalada altista dos preços das commodities agrícolas, simultaneamente, se espalhou por muitos países da Asia e Europa, a ´gripe aviária`. A primeira interpretação é que haveria uma redução drástica da demanda, por prejuízos no consumo de carnes de frango, devido a doença (gripe aviária).


A grande surpresa, para muitos, foi que a carne de frango se tornou mais barata e competitiva em preços, para populações de baixa renda e, supostamente fez ingressar uma nova fatia consumidores a nível global.


De alguma maneira, o mesmo aconteceu a nível de consumo de frango no Brasil; as primeiras exportações para países árabes foram suspensas e os estoques re-direcionados para o mercado interno, a preços mais baratos, quando foi absorvido rapidamente aquele excedente.

É bom que se entenda que, embora a relação ´causa e efeito` não seja a mesma do momento atual, ainda assim resulta na mesma equação de ´custo / benefício`, isto é, com preços menores para os alimentos, haverá aumento consideravel de consumo final nos países mais populosos, que atualmente consomem cerca de 60pct das commodities agrícolas a nível mundial.

Situação semelhante ocorreu em 2008, embora não considere que a crise atual do Euro seja igual a daquela época, uma vez que naquela ocasião tivemos uma destruturação bancária, de credito, financiamentos e pagamentos a nível mundial,... enquanto a crise atual refere-se sobre a incapacidade de pagamentos do endividamento de alguns países europeus, o que já ocorrera com muitos países no passado recente, à saber: Mexico/94, Russia/98, Argentina/2001 - com insignificante repercussão a nível de consumo global.

Ainda em 2008, a maior evidencia do consumo como limitador na queda dos preços das commodities agrícolas ficou por conta da China, onde o governo, frente à quebra substancial
dos preços, promoveu a recuperação dos mesmos, adquirindo soja e milho produzidos
internamente em usd$ 100.00 por tonelada (acima dos preços de mercado), que imediatamente
o mercado local repassou para a soja importada, oferecendo assim pronta recuperação nos preços das commodities, evitando provável acréscimento do consumo de alimentos. Naquele ano, a oferta
global estava comprometida pela quebra de 30 milhões de toneladas de soja na Argentina.

Finalizando, o atual cenário de suprimento mundial continua extremamente apertado e não há
uma previsão consistente para que se recupere, principalmente nos estoques, nos próximos 2 ou 3
anos. Portanto, o único recurso para uma adequação sustentável entre a oferta e consumo,
está restrito a ao preço, como regulador de mercado.


Fonte: Liones Severo

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