quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Alta de nota de empresas latinas está perto do pico




A tendência de ratings (classificação de risco) positivos que vem beneficiando os emissores corporativos da América Latina desde o final de 2009 pode estar se aproximando do pico, afirmou hoje a agência de classificação Moody´s.

Segundo ela, o movimento se justifica porque alguns setores estão sofrendo uma pressão para baixo em meio à perspectiva global cada vez mais incerta. As companhias brasileiras, porém, continuam a se destacar, com a grande maioria das mudanças positivas deste ano ocorrendo no País.

"Aparentemente, os ´upgrades´ que vimos no Brasil são uma espécie de reflexo da atual maturidade do País como player econômico na região e no cenário mundial", afirmou Filippe Goossens, vice-presidente sênior da Moody´s.

A petroquímica Braskem alcançou grau de investimento no começo deste ano, enquanto a Gerdau, maior siderúrgica da América Latina, e a Cosan, maior empresa de açúcar e álcool do Brasil em termos de receita, foram colocadas em revisão para possível "upgrade".

Durante a primeira metade deste ano, as elevações de rating das empresas latino-americanas de fora dos setores financeiro e de serviços públicos superaram os rebaixamentos na proporção de 4 para 1, fazendo deste período o mais forte desde o final de 2009.

Mas, com o cenário econômico global em mutação, as ações de rating deverão ficar mais "equilibradas" ao longo dos próximos seis meses, disse a agência em um relatório. A qualidade do crédito corporativo na região deve divergir entre diferentes setores, segundo Goossens.

Ele acrescentou que há uma ligeira inclinação negativa para setores mais cíclicos, como papel, celulose, aço e mineração, em parte por causa da desaceleração da demanda chinesa por commodities e pela queda no preço de algumas delas, acrescentou.

Por outro lado, a Moody´s espera que as empresas de telecomunicações e de bens de consumo mantenham seu forte desempenho.

A despeito da perspectiva mista para diferentes setores, as companhias latino-americanas têm agora maior flexibilidade financeira do que antes da crise de 2008, disse a agência.

De acordo com a Moody´s, empresas com grau de investimento mais consolidado deverão dominar a emissão de dívida nova no restante de 2011, particularmente à luz das preocupações com a crise de dívida soberana na zona do euro e com as questões fiscais nos EUA, que têm sido acompanhadas por aversão ao risco.

A agência afirmou, porém, que se a crise puder ser resolvida "construtivamente", a região deve continuar atraente para os investidores, com base em seus fundamentos macroeconômicos mais fortes se comparados ao mundo desenvolvido e nos diferenciais de yield (retorno para o investidor).


Fonte: Agência Estado

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