terça-feira, 13 de setembro de 2011

Agricultores reclamam da queda do preço da laranja pago pela indústria

Na fazenda no município de Tatuí, que fica a 140 quilômetros de São Paulo, há 300 mil pés de laranja e aumento de 20% na produtividade em relação à safra anterior. O clima também ajudou e nesta safra, dois milhões de caixas de 40 quilos devem sair dos pomares das duas fazendas do produtor. Mas se colheita é maior, o preço decepciona.

"O ano passado, a indústria ofertava R$ 15 a caixa com 40 quilos. Hoje, estamos vendendo a mesma laranja a R$10,50", compara Osni Hessel, administrador da fazenda.

Quase toda a safra vai para a produção de suco. A fruta é lavada e selecionada, trabalho feito 12 horas por dia em dois turnos. Mas há dificuldade em entregar a laranja, apesar de existir um contrato entre a indústria e a fazenda, firmado antes do início da safra.

Todos os dias, cinco carretas com a fruta precisam seguir rumo à indústria, mas apenas duas no máximo conseguem descarregar. “A fruta que vai para a indústria aguarda cerca de 80 horas para ser descarregada. Não tendo descarga, ela volta. Não há condições de colocar essa carga de volta no mercado, então eu tenho que descartá-la”, explica Hessel.

O produtor Rafael Juliano também enfrenta transtornos com a indústria. Em um único dia, dois caminhões não conseguiram descarregar a carga. “São cerca de 20 toneladas em cada caminhão e custa caro colher, embalar, passar e mandar para a indústria para depois devolver”, reclama.

De acordo com a Citrus-BR, associação que representa a indústria de suco, as fábricas estão operando com capacidade máxima. A dificuldade em absorver a produção está ligada ao aumento da safra que, segundo a associação, é a segunda maior da história.

A Citrus-BR diz que estuda a criação de um conselho para regular o fornecimento das frutas, oferecendo prêmios para quem entregar fora dos períodos de pico.

Fonte: Globo Rural

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