terça-feira, 23 de agosto de 2011
Etanol ainda em falta
O presidente da BR Distribuidora, José Lima de Andrade Neto, afirmou que a safra da cana-de-açúcar foi insuficiente para reverter o fluxo de consumo que havia migrado do etanol para a gasolina durante a entressafra, quando a falta do combustível fez seu preço bater recorde histórico. Segundo ele, o consumo, que em julho de 2010 se dividia em 63% para a gasolina e 37% para o etanol,chegou a 88% para a gasolina em abril e voltou para 75% em julho de 2011.
"Temos um mercado aquecido que já vem demandando mais combustíveis este ano e a gasolina acaba sofrendo mais pressão por conta desta falta de etanol", comentou Lima, destacando que a safra deste ano teve uma redução na produção, o que acabou fazendo com que os preços estejam ainda 30% superiores ao do mesmo período de 2010.
Segundo Lima, o consumo de gasolina verificado pela BR Distribuidora no primeiro semestre foi 17% superior ao mesmo período do ano passado. Em julho, este crescimento foi ainda maior por conta das férias escolares. A tendência, acredita, é de que estes níveis continuem altos por mais um período. "É preciso lembrar que qualquer medida para aumentar a produção de etanol no País passa pela necessidade de plantar mais. Isso é uma solução que demanda pelo menos mais dois ou três anos", disse.
Tributos
O presidente da BR ainda destacou que, relativamente, o preço da gasolina está mais barato do que o álcool. "Ao valor da gasolina é acrescido o da mistura de anidro, além de impostos. E a tributação no Brasil para os combustíveis é alta, se assemelha à da Europa, onde os tributos chegam a 100% do valor do combustível", comentou, lembrando que o etanol tem subsídios e ainda uma menor carga tributária.
Além disso, a eficiência da gasolina supera a do álcool em termos de consumo. "Se fôssemos falar apenas em equivalência energética, o etanol deveria custar 75% do preço da gasolina na fonte", explicou.
Ainda segundo Lima, está havendo uma reversão da curva de consumo de gás natural veicular - que estava em queda de 5% a 10% anualmente nos últimos cinco anos. "Não dá ainda para dizer que o consumo está aumentando. Mas está caindo num ritmo mais lento do que nos anos anteriores e já começamos a ver o aumento no número de conversões de veículos, que havia sido suspenso ultimamente", disse.
Para ele, as incertezas geradas com relação à garantia de abastecimento num passado recente, além da necessidade de fazer investimentos no veículo para usá-lo com gás natural é que contribuíram para afastar o consumidor do produto. "Com a elevação do preço do álcool, a concorrência acabou ficando mais vantajosa e o consumidor está novamente voltando sua atenção para o gás natural veicular", explicou.
Fonte: Jornal de Brasília
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