quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Cosan segue Unica e reduz projeções de vendas e moagem da Raízen
A Cosan reduziu suas projeções para a cana-de-açúcar a ser processada pela Raízen, joint-venture que fez com a Shell há um ano, diante da queda de oferta de cana-de-açúcar no país, informou o diretor financeiro e de relação com os investidores da empresa, Marcelo Martins.
Segundo dados apresentados nesta terça-feira em teleconferência para comentar o balanço referente ao primeiro trimestre fiscal do ano safra 2011/2012 , a cana processada deve atingir volume entre 53 milhões de toneladas e 56 milhões de toneladas, contra previsão anterior entre 56 e 60 milhões de toneladas de cana.
"A Unica tem revisado e nós temos observados redução expressiva da moagem, por esta razão fizemos alguns ajustes na projeção do resultado para 2012", disse Martins a analistas durante a teleconferência.
A previsão de oferta de açúcar também diminuiu, de 4,2 milhões a 4,6 milhões de toneladas para um volume de 3,9 milhões a 4,3 milhões de toneladas.
As vendas de etanol foram ligeiramente reduzidas, recuando de 2,1 bilhões a 2,3 bilhões de litros para 2,0 bilhões a 2,3 bilhões de litros. A expectativa com a cogeração de energia também teve queda: de entre 1,4 milhão a 1,6 milhão de megawatts para 1,2 milhão a 1,4 milhão de megawatts.
"Com isso, o Ebitda para a safra 2011/12 cai de 1,9 bilhão de reais a 2,3 bilhões de reais para 1,9 bilhão de reais a 2,1 bilhões de reais", afirmou Martins.
Já a Raízen Combustíveis teve seu volume de vendas mantido em 21 a 23 bilhões de litros, mas a projeção de Ebitda foi elevada por conta de melhores preços, para de 900 a 1,2 bilhão de reais, versus 850 milhões de reais a 1,05 bilhão de reais anteriormente.
Já as projeções consolidadas da Cosan não foram alteradas, disse Martins, com a perspectiva de receita líquida em 25 bilhões a 27,5 bilhões de reais e Ebitda entre 1,8 bilhão a 2,2 bilhões de reais.
Martins disse que tanto a Cosan como a Raízen são empresas de baixo endividamento e que por isso aguarda uma elevação pelas agências de rating para ´investment grade´.
"Já estamos preparados para receber este upgrade", disse, observando que isso poderá ocorrer durante a próxima safra.
O diretor afirmou ainda que a crise não vai reduzir os investimentos da companhia e que mantém "planos agressivos" de expansão. A empresa projeta um capex entre 2 bilhões e 2,3 bilhões de reais para 2012.
"Nós temos um plano divulgado de crescimento bastante agressivo, mas vai depender das condições de mercado...falando hoje de atratividade financeira, começaria fazendo ´brownfields´ para expandir as usinas", disse Martins.
"A conta não fecha no ´grennfield´, estamos em discussão", disse ao ser perguntado se não planejava abrir novas usinas para aumentar a produção.
Segundo Martins, o finaciamento para novas plantas não é problema, "o problema são os impostos, as taxas de cogeração (de energia)", explicou.
Por volta das 13 horas, as ações da Cosan subiam 1,54 por cento, enquanto a Ibovespa perdia 1 por cento.
Denise Luna
Fonte: Reuters
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