segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Comportamento semanal do mercado de trigo


Em uma semana conturbada para o mercado financeiro internacional com quedas seguidas de realizações de lucros, fraca nos fundamentos para o trigo com alguma leve redução de qualidade no acompanhamento de cultivos da segunda-feira do USDA e favorável à oferta no relatório de oferta e demanda divulgado ontem, tivemos alguma recuperação nas cotações do trigo puxado pelos fundamentos do milho e da soja, recente estudo da AF  News apontou correlação de 93% entre as cotações do trigo e do milho em Chicago no último mês, reforçando a tendência que o cenário apertado do milho pode sim afetar as cotações do trigo.

No mercado de balcão, pouca alteração em função da escassez de produto, com Rio Grande do Sul apresentando alta na média estadual de 0,5% na semana, passando o valor médio da saca a R$ 24,50. Sem alteração nas praças consultadas em Santa Catarina e queda semanal de 0,3% para o trigo paranaense, estando a média estadual agora em R$ 25,83/sc na quinta-feira. São Paulo apresentou queda em todas as praças consultadas, com queda mais acentuada em Avaré, função já da pressão para o período de colheita.

No mercado de lotes temos relatos entre pouca e nenhuma negociação dentre as diversas fontes consultadas pela AF News. A disponibilidade de oferta nos principais estados produtores também é reduzida neste momento. Há vendedores paranaenses que apresentam preços bem abaixo de R$ 500/ton para o trigo pão, nos Campos Gerais e no Oeste. Fontes do Noroeste do Estado já não possuem produto. No Rio Grande do Sul trigo de R$ 460 a R$ 480 trigo brando e R$ 500 para o trigo pão. De forma geral o que podemos colher é que o trigo não segregado ou de qualidade industrial mediana teve queda de preços, o que se reflete nas cotações das farinhas intermediárias e industriais para massas secas. Trigo para uma demanda específica e de boa qualidade ainda tem pedidas firmes e pouca procura.

Conversas com importadores do Rio Grande do Sul mostram que o movimento agora é bastante reduzido algo que observamos no acompanhamento de embarques de trigo argentino, na aba trigo Argentina (10/08). No mercado argentino houve certa queda nos preços de referência. Novamente o setor exportador do nosso país vizinho está mais comprado do que as autorizações permitem escoar, o que deverá exercer mais pressão no governo local nos próximos meses, os balanços de oferta e demanda do ministério e das bolsas argentinas divulgam um excedente entre 1 e 2 milhões de toneladas de trigo até a colheita, isso sem contar com a procura reduzida por parte dos moinhos locais. No Paraguai já há movimentação de importadores, com uma corretora Paraguai afirmando valores de US$ 250/ton algo em torno de US$ 285 posto Oeste do Paraná, porém sem garantia de qualidade ainda. Corretor paranaense consultado afirma que as cotações paraguaias devem ser abaixo destas nos próximos meses. No Uruguai as cotações oficiais tanto desta safra quanto da próxima seguem no nominal.

Esta semana tivemos a Conab reduzindo a produção nacional para 5,283 milhões de toneladas, com reduções de produção no Paraná e Santa Catarina, porém com aumentos de área e de produção no Rio Grande do Sul e São Paulo, informações que discordam dos órgãos de assistência técnica dos estados. Com destaque para o Rio Grande do Sul, que em recente boletim a EMATER-RS informava que o excesso de chuvas poderia ter impedido o trânsito do maquinário agrícola e assim a realização da semeadura nas áreas de plantio mais tardio do Estado.

A mesma CONAB, tão em voga no noticiário nacional esta semana, realizou mais um leilão esta semana, porém com a menor negociação já vista, apenas 80 toneladas foram arrematadas, uma vez que os preços pedidos foram os mesmos de eventos anteriores. Está previsto para o dia 17/11 mais dois editais de venda de estoques públicos de trigo
Fonte: AF News

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