quarta-feira, 20 de julho de 2011

Paraná antecipa compras de insumos para amenizar alta dos custos

As plantadeiras ainda estão debaixo dos galpões, mas os produtores rurais do Paraná já se mostram preparados para dar a largada na safra de verão 2011/12. As compras de sementes, adubos e defensivos, que normalmente ocorrem a partir da segunda quinzena de junho no estado, neste ano foram antecipadas em até um mês, conforme entidades que representam o setor. Levantamento da Federação Estadual da Agricultura (Faep) revela que 80% dos insumos da próxima safra já foram adquiridos pelos agricultores paranaenses. Nesta época do ano passado, as compras antecipadas chegavam a 30%. 

A corrida pela compra dos produtos teve como objetivo driblar as altas dos fertilizantes, que foram responsáveis por 26% dos custos do milho e de 14% nos da soja se considerados os preços apurados em maio pela Secretaria da Agricultura (Seab). “Os produtores estavam conscientes de que a alta das commodities provocaria um aumento no preço dos adubos, devido à maior demanda e também ao elevado patamar do petróleo, que serve de matéria-prima para a fabricação de fertilizantes nitrogenados”, avalia Tânia Moreira, economista da Faep. 

Ela lembra que a boa rentabilidade obtida com a última safra motivou os agricultores a comprarem boa parte dos insumos à vista neste ano, como é o caso da Cooperativa Integrada, de Lon­­drina. Com uma área de atuação estimada em mais de 300 mil hectares no Norte do estado, a cooperativa informa que 80% dos insumos já estão adquiridos e que 25% das compras foram pagas à vista neste ano. Na safra passada, a cooperativa havia adquirido somente 20% dos insumos com pagamento à vista. 

Segundo o gerente comercial da Integrada, Seisuke Ito, as compras vêm sendo feitas desde o início de 2011, enquanto que no ano anterior os negócios começaram a ser fechados somente a partir de julho. “Só o valor do adubo subiu 20%, por exemplo”, cita. 

A estratégia adotada por boa parte dos produtores rurais paranaenses amenizou as contas, mas não impediu maior desembolso nesta safra. De acordo com o estudo da Faep, para produzir um hectare de milho o agricultor precisará gastar R$ 1,9 mil neste ano, valor 13% superior ao de 2010/11. Já o custo operacional de produção de soja deve ficar em R$ 1,3 mil por hectare, 2% acima da safra passada. 

Como as perspectivas de preços dos grãos animam os produtores, pelo menos por enquanto, a rentabilidade deve ser suficiente para cobrir as despesas, analisa Tânia. “Se considerarmos o preço médio atual do milho em R$ 23,50 por saca (60 quilos) e produtividade de 7,2 toneladas por hectare (120 sacas), sobrarão R$ 820 para o produtor. No caso da soja a renda deve cobrir com maior folga se calcularmos o preço médio em R$ 40 por saca”, calcula.



Fonte: Gazeta do Povo

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