As plantadeiras ainda estão debaixo dos galpões, mas os produtores rurais do Paraná já se mostram preparados para dar a largada na safra de verão 2011/12. As compras de sementes, adubos e defensivos, que normalmente ocorrem a partir da segunda quinzena de junho no estado, neste ano foram antecipadas em até um mês, conforme entidades que representam o setor. Levantamento da Federação Estadual da Agricultura (Faep) revela que 80% dos insumos da próxima safra já foram adquiridos pelos agricultores paranaenses. Nesta época do ano passado, as compras antecipadas chegavam a 30%.
A corrida pela compra dos produtos teve como objetivo driblar as altas dos fertilizantes, que foram responsáveis por 26% dos custos do milho e de 14% nos da soja se considerados os preços apurados em maio pela Secretaria da Agricultura (Seab). “Os produtores estavam conscientes de que a alta das commodities provocaria um aumento no preço dos adubos, devido à maior demanda e também ao elevado patamar do petróleo, que serve de matéria-prima para a fabricação de fertilizantes nitrogenados”, avalia Tânia Moreira, economista da Faep.
Ela lembra que a boa rentabilidade obtida com a última safra motivou os agricultores a comprarem boa parte dos insumos à vista neste ano, como é o caso da Cooperativa Integrada, de Londrina. Com uma área de atuação estimada em mais de 300 mil hectares no Norte do estado, a cooperativa informa que 80% dos insumos já estão adquiridos e que 25% das compras foram pagas à vista neste ano. Na safra passada, a cooperativa havia adquirido somente 20% dos insumos com pagamento à vista.
Segundo o gerente comercial da Integrada, Seisuke Ito, as compras vêm sendo feitas desde o início de 2011, enquanto que no ano anterior os negócios começaram a ser fechados somente a partir de julho. “Só o valor do adubo subiu 20%, por exemplo”, cita.
A estratégia adotada por boa parte dos produtores rurais paranaenses amenizou as contas, mas não impediu maior desembolso nesta safra. De acordo com o estudo da Faep, para produzir um hectare de milho o agricultor precisará gastar R$ 1,9 mil neste ano, valor 13% superior ao de 2010/11. Já o custo operacional de produção de soja deve ficar em R$ 1,3 mil por hectare, 2% acima da safra passada.
Como as perspectivas de preços dos grãos animam os produtores, pelo menos por enquanto, a rentabilidade deve ser suficiente para cobrir as despesas, analisa Tânia. “Se considerarmos o preço médio atual do milho em R$ 23,50 por saca (60 quilos) e produtividade de 7,2 toneladas por hectare (120 sacas), sobrarão R$ 820 para o produtor. No caso da soja a renda deve cobrir com maior folga se calcularmos o preço médio em R$ 40 por saca”, calcula.
Fonte: Gazeta do Povo
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