quarta-feira, 8 de maio de 2013

Argentina devolverá imposto sobre exportações de trigo

O governo argentino devolverá ao setor produtivo os impostos cobrados sobre as exportações de trigo, a fim de estimular o plantio recentemente iniciado, disseram fontes do setor privado e do governo nesta segunda-feira.

O objetivo do governo é impulsionar o cultivo do trigo, cuja produção tem sido muito baixa nos últimos anos, em parte devido às políticas públicas desfavoráveis.

A medida, que segundo a fonte do governo --que falou sob condição de anonimato-- será lançada oficialmente na segunda-feira à noite, será um novo incentivo aos produtores após uma permissão que as autoridades anunciaram em março para exportar 5 milhões de toneladas de trigo da temporada 2013/14, cujo plantio começa em maio.

Atualmente, a Argentina, sexto maior exportador mundial de trigo, cobra uma taxa de 23 por cento sobre as exportações do cereal, que nas últimas temporadas agrícolas levou a uma arrecadação total de cerca de entre 200 e 300 milhões de dólares.

O governo também mantém o controle sobre as exportações para garantir o abastecimento doméstico, como forma de evitar impacto inflacionário dos preços das commodities.

Afetados pelos impostos sobre as exportações e pelos altos custos de produção, muitos agricultores passaram a produzir culturas mais rentáveis nos últimos anos.

"A ideia é de devolver o retido (impostos sobre as exportações). É um sinal positivo", salientou a fonte, que pediu anonimato.

A bolsa de grãos de Buenos Aires estimou que a área que os produtores destinarão ao trigo na temporada 2013/14 será de 3,9 milhões de hectares, ligeiramente acima do baixíssimo nível de 3,6 milhões de hectares do ciclo agrícola anterior.

Há pouco mais de uma década, a área do cultivo passava de 7 milhões de hectares.

A colheita de trigo da Argentina --cujo principal comprador internacional é o Brasil-- foi de apenas 9 milhões de toneladas na temporada 2012/13. Isso tem feito os moinhos brasileiros a buscarem o trigo em outras origens, como a América do Norte.

As retenções são pagas diretamente pelos exportadores argentinos à alfândega. Mas eles descontam o valor correspondente dos produtores.

Reuters

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