terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Energia renovável se torna opção para gestores




O setor de energia também deve contar com investimentos de fundos de private equity, principalmente nos projetos envolvendo fontes renováveis.

A gestora Casaforte Investimentos, criada em 2008 por ex-executivos da Rio Bravo, pretende levantar R$ 500 milhões via um fundo de investimento em participação (FIP) para investir em um parque eólico na Bahia. "O projeto envolve investimento de R$ 1,8 bilhão, sendo que R$ 600 milhões serão financiados via participação acionária", diz Fernando Buarque, diretor da Casaforte.

O parque eólico está pronto para comercializar 600 megawatts de energia neste ano.

Para não ter o mesmo problema que algumas usinas de geração eólica tiveram, como a Renova, a Casaforte pretende bancar o investimento nas linhas de transmissão, para ligá-las à rede de energia.

A gestora Nova Investimentos também pretende captar R$ 200 milhões no primeiro semestre para expandir a capacidade do complexo de sete parques eólicos, em construção na Bahia, operados pela empresa Brazil Wind. "O plano é expandir a capacidade de geração de todos nossos parques eólicos de 170 MW para 850 MW até 2020", afirma Frederico Robalinho, presidente da Nova Investimentos. A Brazil Wind já tem 250 megawatts prontos para serem comercializados nos próximos leilões. "Deverá haver um aumento da demanda por energia eólica, que é mais competitiva que a geração hídrica", diz Robalinho.

A gestora, que já tem um fundo de R$ 630 milhões, o Nova Energy I já todo investido em projetos de PCHs, biomassa e usinas eólicas, pretende captar um segundo portfólio no segundo semestre, que pode chegar a R$ 500 milhões. "Temos visto grande demanda de private banks e family offices", diz Robalinho. Os FIPs de infraestrutura contam com isenção tributária para pessoas físicas.

As mudanças regulatórias no setor de energia anunciadas pelo governo no ano passado não afetaram o interesse dos investidores estrangeiros por esse tipo de projeto, mas trouxeram maior preocupação. "Os investidores estão mais exigentes. Antes fechávamos a captação em oito a dez meses, hoje esse processo pode levar um ano e meio", diz Fábio Okamoto, sócio-diretor da Rio Bravo, que tem um FIP voltado para energia. Para o executivo, além de questões regulatórias, é necessário avançar em outros pontos, como nas aprovações socioambientais, para que os projetos não sofram atrasos em seus cronogramas.

Silvia Rosa
Fonte: Valor Econômico

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