Há pouco mais de um mês para o pico de colheita, valores estão acima do que o mercado esperava, com cotações superiores a R$ 34,00 por saca
Depois de uma semana de preços firmes para o arroz em casca no Rio Grande do Sul, nesta segunda-feira (28/1) o Indicador de Preços do Arroz em Casca Esalq/Bolsa Brasileira de Mercadorias-BM&F Bovespa para o Rio Grande do Sul (à vista, em sacas de 50 quilos e padrão 58x10) alcançou R$ 34,44, o equivalente a US$ 17,20 pela cotação cambial do dia. Este valor, em Real, corresponde a uma queda acumulada de 2,33% ao longo de janeiro. A queda esperada pelo mercado era maior e a expectativa é de que em meados de fevereiro os preços alcançassem entre R$ 28,00 e R$ 30,00. O fim das vendas de estoques públicos pela Conab ajudou a reduzir o impacto de oferta no mercado gaúcho e desacelerou a queda nos preços.
No mercado livre gaúcho, as principais praças pagam entre R$ 30,00 e R$ 34,50 para a saca de arroz em casca, mas a movimentação é mínima, tanto pelo baixo interesse da indústria que aguarda o ingresso do arroz “a depósito” quanto por arrozeiros que ainda têm algum produto e só o negociam em condições muito favoráveis ou necessidade de fazer frente a alguma despesa. O clima é de expectativa. A safra brasileira deve crescer, segundo a Conab, mas os estoques serão um pouco mais baixos neste ano. Segundo o setor, dois fatores serão preponderantes para determinar preços ao arroz em 2013/14: a política de intervenção do governo federal e o câmbio, que terá reflexo nas exportações brasileiras.
Em Santa Catarina os preços acompanham a leve queda das cotações gaúchas, com preços variando entre R$ 34,00 e R$ 32,00, dependendo da região. No Mato Grosso, com indústrias abastecidas até a safra, há estabilidade nos preços, que giram em torno de R$ 48,00 e R$ 49,00 em Sinop e Sorriso. O arroz beneficiado vem apresentando retração nas cotações, forçada pelo varejo.
De uma maneira geral os analistas esperam mais desvalorização nos preços do arroz com a proximidade da safra e o início da oferta, ainda assim destacam que os preços arrancarão em patamares maiores em 28 de fevereiro de 2013 sobre o mesmo período do ano passado, com um volume de oferta similar. Os estoques devem ser menores do que em 2012, mas a oferta da safra deve ficar um pouco acima da anterior, gerando um equilíbrio – ou pequena diferença – com os números de 2012. O comportamento de preços poderá ser similar, a depender das intervenções do governo e das negociações internacionais.
SAFRA
Santa Catarina já começou a colher o arroz da safra 2012/13, com algumas perdas pontuais por causa do clima, mas previsão de produção muito similar à temporada passada. O Mato Grosso recém está terminando de plantar. E no Rio Grande do Sul a partir do dia 10 de fevereiro as colheitadeiras entram em maior volume nas lavouras. Nos três estados, em análise geral, o desenvolvimento da cultura é considerado normal.
LUTO
A tragédia de Santa Maria, onde um incêndio em um night club levou 231 jovens à morte, fez com que a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) cancelasse o lançamento da 23ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, que aconteceria nesta quarta-feira (30/1), na Farsul em Porto Alegre (RS). Entre as vítimas há familiares de arrozeiros, técnicos e estudantes de Engenharia Agronômica ligados à pesquisa do arroz da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
MERCADO
A Corretora Mercado, de Porto Alegre (RS), apresenta preços referenciais mais baixos esta semana para o arroz e seus subprodutos, exceto o farelo de arroz e o canjicão. O cereal em casca (50kg – 58x10) desvalorizou 15 centavos, para R$ 34,00, enquanto o arroz beneficiado, em sacos de 60 quilos, baixou R$ 2,00, para R$ 68,00. O canjicão (60kg/FOB) manteve-se em R$ 37,00. A quirera caiu R$ 2,00 para R$ 36,00 (60kg/FOB). O farelo de arroz (FOB – Arroio do Meio/RS) manteve a cotação de R$ 380,00 por tonelada.
Planeta Arroz
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