Impactos da produção da soja e cana serão analisados em MT

Estudos serão realizados em Lucas do Rio Verde e Barra do Bugres

Os impactos sociais e ambientais causados pela produção soja e cana nas pequenas comunidades de Mato Grosso serão mensurados. É o que pretende esclarecer um estudo desenvolvido pelo Fórum Mato-grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Formad). Dois municípios foram elencados e neles serão concentradas as pesquisas: Lucas do Rio Verde e em Barra do Bugres, 360 e 169 quilômetros de Cuiabá.

Nessa quarta-feira (19), em Barra do Bugres, um novo encontro reuniu pesquisadores e as comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas para tratar do andamento das pesquisas. A população será ouvida e vai relatar quais reflexos já foram sentidos por meio da atividade agrícola.

"A pesquisa foi focada nestes municípios por serem as regiões com as maiores produções de cana-de-açúcar e de soja do estado. As populações desses municípios acabam sentindo os impactos, principalmente os pescadores e pequenos produtores", explica o pesquisador João Inácio.

Mato Grosso atualmente é o maior produtor de soja do país e na safra 2011/12 produziu 21,3 milhões de toneladas. Na temporada 2012/13 estão estimadas 24,1 milhões de toneladas. A escolha por Lucas do Rio Verde deu-se pelo potencial do município, conforme o representante.

Já Barra do Bugres concentra a produção de cana do estado. O município faz parte da bacia do Alto Paraguai, um local onde a Lei de Zoneamento Agroecológico da Cana-de-açúcar, criada em 2009 pelo Governo Federal, proíbe a expansão do cultivo.

Os resultados do estudo devem embasar a criação de propostas com foco na produção sustentável. "Como fica a sustentabilidade das pequenas comunidades? Hoje em dia vem crescendo o volume de produção para a exportação e diminuindo o plantio de arroz, feijão. Os assentamentos enfrentam dificuldade no acesso de linha de financiamentos. É uma política de produção que causa impactos", questionou o pesquisador.

Os pesquisadores pretendem desenvolver o estudo em três etapas: a primeira será a de levantamento de dados e coleta de depoimentos dos moradores; a segunda voltada à análise dos dados; e a última a apresentação dos resultados. O estudo deve encerrar ainda no final deste ano.


Fonte: Agrodebate