terça-feira, 23 de abril de 2013

Hidrovia Tietê-Paraná promete reduzir custo logístico em MS




A proposta de avaliar 3.290 quilômetros dos rios Paraná, Tietê e seus afluentes para a navegação, deve facilitar e baratear o escoamento de cerca de 65% do combustível e 75% dos grãos do estado de Mato Grosso que são escoados por rodovias de Aparecida do Taboado (MS). O Projeto Hidroviário Paraná-Tietê abrange uma área de influência compreendida pelos estados do Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais.

O prefeito Robinho Samara ressaltou que há alguns anos a Constran/Ferronorte adquiriu uma área no município de 161 hectares, nas proximidades do Rio Paranaíba, para construir um porto intermodal, cujos estudos técnicos apontaram Aparecida do Taboado como o melhor ponto estratégico da região para tal finalidade. "Esta área ainda pertence à Ferronorte e eu peço o apoio de vocês para que consigamos a construção desse intermodal, levando em consideração que hoje o transporte hidroviário é o sistema mais barato de movimentação de cargas, agregado à sustentabilidade e o município está em franco desenvolvimento industrial", acrescentou.

Esse estudo foi determinado pelo Governo Federal para identificar a viabilidade técnica e econômica de interligar esses rios a redes ferroviárias e estradas para permitir o escoamento da produção agrícola até os portos marítimos. Será estudada ainda a construção de novas eclusas em barragens hidrelétricas existentes e assim permitir estender a navegação o mais próximo possível aos grandes centros de consumo nacional. São mais de R$ 145 bilhões disponíveis para investir nas oito bacias hidrográficas do país, garantindo mais segurança no transporte hidroviário.

A apresentação do Projeto Hidroviário Paraná-Tietê, contratado pelo Ministério dos Transportes ao Consórcio formado pelas empresas Ebei, Dzeta e Hidrotopo, ganhador de uma concorrência pública, e gerenciado pela Administração da Hidrovia do Paraná (Ahrana) foi apresentado aos moradores e empresários de Aparecida do Taboado na última quinta-feira (18).

O consultor técnico da Empresa Brasileira de Engenharia de Infraestrutura (Ebei), Rui Gelehrter da Costa Lopes, explica que a hidrovia está contemplada no Plano Nacional de Viação (PNV), apta a receber investimentos do Governo Federal. "Os estudos e projetos em torno da hidrovia estão incluídos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) e são o marco inicial das ações de melhoria do transporte na região, levando em conta a redução de custos, além de promover o Desenvolvimento Regional na área de influência da Bacia Hidrográfica do Paraná", detalhou.

Já o superintendente da Ahrana, Antônio Badih Chehin, que está há 40 anos no ramo, destacou que esta é a 1ª vez que estão sendo feitos estudos para aplicação de recursos no setor hidroviário, "o projeto é um passo importante que o Governo Federal dá para reduzir os gargalos da logística de transporte nacional e assim eliminar o chamado "custo Brasil", aproximando os estados mais distantes dos portos marítimos de forma que os produtores dessas regiões tenham vantagens cada vez mais competitivas com consequente aumento de ganhos na participação do comércio internacional", disse.

O município de Aparecida do Taboado é vizinho do estado de SP e, dessa forma, o projeto garante também que a região noroeste de São Paulo passe a reduzir seus custos logísticos. Conforme o presidente da Câmara Municipal de Santa Fé do Sul (SP), Wagner Lopes, em Rubinéia (SP), existe um projeto para a construção de um porto intermodal, aguardando a desapropriação de uma área de 10 alqueires.

O prefeito de Cassilândia (MS), Carlos Augusto da Silva, solicitou a inclusão do Rio Aporé nos estudos. Ele explicou que o município está se tornando o complexo da borracha e que já possui uma área de aproximadamente 30 mil hectares para o plantio de seringueira, "na Agrovila, há 40km da cidade, temos cerca de 300 pessoas já trabalhando na extração do látex e esse número tende a triplicar", ressaltou. O município ainda conta com um viveiro de mudas e um parque industrial para o beneficiamento da matéria-prima, considerado o maior plantio de seringueiras irrigado do país.

Para Silva, a inclusão do Rio Aporé nos estudos vai garantir o escoamento dessa produção, e de outras futuras, de forma sustentável e competitiva. Cassilândia ainda conta com mais duas indústrias em operação e está prestes a inaugurar a terceira, "nós estamos imbuídos em buscar o desenvolvimento industrial e o projeto hidroviário Paraná-Tietê vem de encontro aos nossos objetivos", frisou.

As equipes de batimetria e de campo já estão levantando informações de produtos com origem e destino a zona de influência da hidrovia. O barco de batimetria já percorreu os rios Tietê, Parnaíba até São Simão e Água Vermelha e hoje está nas proximidades de Bataguassu. As equipes de coleta de dados de carga já percorreram todo o norte da Hidrovia e agora estão próximo a Foz do Iguaçu.

Camila Helem
Fonte: Comunicação Biosul

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