quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Aposta é que custo de álcool de palha diminua em 3 anos



O custo ainda é o principal obstáculo para o desenvolvimento do etanol celulósico no mundo. Mas produtores afirmam que, em três anos, pode ser mais barato produzir o combustível de segunda geração do que o tradicional.

"Em 2016, o custo do etanol celulósico será igual ou menor que o de primeira geração", afirma Oswaldo Godoy, gerente do CTC.

Segundo ele, em três anos será possível produzir etanol a partir de resíduos da cana com o custo entre R$ 1,10 e R$ 1,15 por litro. Hoje, o litro do etanol "tradicional" custa aproximadamente R$ 1,10.

"O custo do etanol celulósico é mais baixo do que o tradicional porque não traz o componente agrícola da primeira geração", diz Bernardo Gradin, da GraalBio.

Como nesse caso a matéria-prima são resíduos, o custo agrícola se restringe ao transporte dos insumos. Embora não sejam desprezíveis, os gastos ficam menores em relação à primeira geração.

Segundo Gradin, o setor busca produzir etanol celulósico por menos de US$ 0,40 o litro (R$ 0,80 por litro).

O principal entrave é o investimento industrial, que na segunda geração é 30% maior que o necessário para construir unidades tradicionais.

COMMODITY

A dinamarquesa Novozymes, produtora de enzimas necessárias no processo que dá origem ao etanol de segunda geração, diz que a tendência é de queda para o preço dessas substâncias.

"Um dia essa enzima vai se tornar uma commodity. Vamos ganhar dinheiro no volume, não vai ser no preço", diz Pedro Fernandes, presidente regional da Novozymes para a América Latina.

O diretor de bioenergia e tecnologia da Raízen, João Alberto Abreu, destaca as sinergias entre a produção tradicional e a segunda geração, porém é mais cauteloso. "É preciso comprovar a viabilidade econômica desse produto em escala comercial."

A ETH segue a mesma linha. "A tecnologia é amplamente conhecida. É preciso evoluir para um ponto que seja viável comercialmente, e vamos aguardar o momento adequado para isso. Não precisamos queimar etapas", diz Carlos Eduardo Calmanovici, diretor de tecnologia e inovação da ETH.



Fonte: Folha de S. Paulo

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