quinta-feira, 5 de abril de 2012

Cetrel e Grupo JB inauguram planta para produção de bioenergia a partir da vinhaça



A Cetrel, em parceria com o Grupo JB, inaugura a sua primeira unidade de produção de bionergia a partir da vinhaça, nesta quarta, dia 4 de abril. As instalações estão localizadas na unidade industrial da Companhia Alcoolquímica Nacional, usina do Grupo JB, em Vitória de Santo Antão (PE) e têm como finalidade a geração de energia elétrica limpa através de processo de biodigestão desenvolvido pela Cetrel.


O projeto ocupa, hoje, cerca de 6000 m2, com oportunidade de ampliação após entrar em fase comercial. Nesta fase, a unidade utiliza cerca de 20% da capacidade de geração de energia a partir da vinhaça, aproximadamente mil metros cúbicos (1 mil m3) de vinhaça/dia com capacidade de geração de até 0,85 MW de biogás em seus motogeradores. O resultado são 612 MWh de energia comercializados no mercado livre por mês nessa fase. Em escala industrial, a operação de Vitória de Santo Antão terá sua capacidade ampliada em até cinco vezes (cerca de 4,5 MW).




O diretor presidente do Grupo JB, Carlos Beltrão, destaca que essa parceria confirma a confiança do Grupo na sustentabilidade do setor sucroalcooleiro e no compromisso com o desenvolvimento econômico do Estado de Pernambuco.


A gerente de bioenergia da Cetrel, Suzana Domingues, diz que a empresa utilizou o conhecimento adquirido em 33 anos de tratamento de efluentes e aplicou conceitos de biodigestão para desenvolver tecnologia específica e, deste modo, apresentar a vinhaça como uma excelente alternativa para produção de energia limpa no País.

Segundo ela, o diferencial da proposta da Cetrel é a eficiência e qualidade do biogás gerado por meio de tecnologia de biodigestão específica às características da vinhaça, processo desenvolvido a partir de um estudo completo sobre as propriedades e potenciais do subproduto. "Como resultado, o gás é composto em média por 80% de metano, o que lhe confere maior potencial de queima quando comparado ao biogás obtido a partir de outras fontes de resíduos tradicionais, que contêm de 50% a 70% de metano".



Suzana diz que na safra 2010/2011 foram produzidos 25 bilhões de litros de álcool, o que corresponde à geração de cerca de 300 bilhões de litros de vinhaça ou 300 milhões m3. "Este volume seria suficiente para gerar cerca de 1.600 MW, aproximadamente 45% da capacidade instalada de uma hidrelétrica como a de Jirau, com vantagem de produzir energia de forma descentralizada e sem impacto para o meio ambiente”, analisa Suzana.

Outro benefício que vale destacar são as diferentes aplicações desse biogás rico em metano como combustível: em caldeiras na própria usina, ou indústrias próximas; como biogás veicular, após tratamento para atingir a especificação; ou para produção de energia elétrica através de motogerador ou turbina, como é o caso do produto na usina do Grupo JB.


É por conta dessas possibilidades que o projeto da unidade deve ser feito de forma customizada, considerando o interesse do empresário parceiro para o uso do biogás a ser gerado. “Primeiro entendemos as necessidades do empresário e estudamos as condições da vinhaça produzida na usina, depois definimos qual o projeto mais adequado em termos de escala e aplicação para obter uma estimativa do investimento”, explica Suzana.

A gerente adianta, porém, que para ser economicamente viável, o volume de vinhaça disponível deve ser de, no mínimo, cinco a seis mil metros cúbicos/dia (5 a 6 mil m3/dia), a depender da aplicação e da qualidade do insumo.

De acordo com ela, para cada litro de álcool produzido, em média doze litros de vinhaça são deixados como subproduto. "Através do processo de biodigestão do conteúdo orgânico presente neste subproduto é obtido o biogás, que pode ser utilizado para produção de bioenergia em motogerador e entregue na rede de distribuição para ser comercializada, ou como biogás veicular, após tratamento para atingir a especificação exigida. A vinhaça tratada a partir deste processo retorna ao canavial para fertirrigação, mantendo os nutrientes importantes para o solo", lembra.








Fonte: ProCana Brasil

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